Trump e Putin falam por telefone hoje antes de Zelensky visitar Washington
Ucrânia
16 de out. de 2025, 17:49
— Lusa/AO Online
A
informação foi avançada pelo meio online Axios e confirmada por fontes
da Casa Branca, que pediram anonimato, às agências noticiosas Associated
Press (AP) e France-Presse (AFP). O
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem pressionado Trump a
fornecer a Kiev mísseis Tomahawk, o que permitiria às forças ucranianas
atacar mais profundamente o território russo.Trump
disse no domingo que planeava discutir a questão dos mísseis de longo
alcance com Putin como forma de o pressionar a acabar com a guerra da
Rússia na Ucrânia. "Eles querem ter
Tomahawks nessa direção? Acho que não", disse Trump no domingo,
acrescentando: “Acho que posso falar com a Rússia sobre isso".Zelensky
argumentou que tais ataques ajudariam a obrigar Putin a levar mais a
sério os apelos do líder norte-americano para negociações diretas entre a
Rússia e a Ucrânia para acabar com a guerra desencadeada pela invasão
russa em fevereiro de 2022.O Presidente
russo, Vladimir Putin, alertou contra o fornecimento de Tomahawks a
Kiev, dizendo que seria "uma nova escalada" e afetaria as relações entre
Washington e Moscovo.O encontro desta sexta-feira será o terceiro entre Zelensky e Trump desde que este regressou à Casa Branca, em janeiro.Com
um frágil cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano
Hamas e um acordo para libertar os reféns detidos na Faixa de Gaza há
mais de dois anos, o líder norte-americano declarou que agora está a
focar a sua atenção na situação na Ucrânia.O
fim das guerras na Ucrânia e em Gaza foi fundamental para a campanha
presidencial de Trump em 2024, na qual criticou persistentemente a
gestão de conflitos do então presidente democrata, Joe Biden. No
entanto, tal como o seu antecessor, Trump também foi travado por Putin,
uma vez que pressionou, sem sucesso, o líder russo a manter
conversações diretas com Zelensky para pôr fim à guerra, que se aproxima
do seu quarto ano. Mas recém-saído do
cessar-fogo em Gaza, Trump está a mostrar uma nova confiança de que pode
finalmente avançar em direção ao fim da invasão russa. Também
está a dar sinais de que poderá aumentar a pressão sobre Putin se o
chefe de Estado russo não se sentar à mesa das negociações em breve."Curiosamente,
fizemos progressos hoje, por causa do que aconteceu no Médio Oriente",
disse Trump sobre a guerra Rússia-Ucrânia na noite de quarta-feira.No
início desta semana, em Jerusalém, num discurso no parlamento israelita
(Knesset), Trump previu que a trégua em Gaza lançaria as bases para os
Estados Unidos ajudarem Israel e muitos dos seus vizinhos do Médio
Oriente a normalizar as relações.Mas Trump
também deixou claro que a sua principal prioridade de política externa
agora é acabar com o maior conflito armado na Europa desde a Segunda
Guerra Mundial."Primeiro temos de tratar
da Rússia", disse Trump, dirigindo-se ao seu enviado especial Steve
Witkoff, que também serviu como principal interlocutor da administração
norte-americana com Putin. "Temos que
fazer isso. Se não se importa, Steve, vamos concentrar-nos na Rússia
primeiro, está bem?", questionou, dirigindo-se ao enviado especial.A
Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados
ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de
2022.Os aliados de Kiev também têm
decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar
diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na
Ucrânia.