Trump diz que o Irão está a recuar e anuncia mais sanções económicas
8 de jan. de 2020, 16:53
— Lusa/AO Online
Donald Trump disse que ainda estão em aberto
as opções de resposta ao Irão, mas que, para já, os EUA vão intensificar
sanções económicas contra o Irão, como retaliação contra os ataques
iranianos com mísseis que esta madrugada atingiram duas bases militares
que albergam soldados norte-americanos no Iraque.Durante
uma comunicação ao país, ao lado de chefes militares e altos
funcionários do seu Governo, Trump assegurou que os ataques iranianos
desta madrugada não provocaram vítimas e fizeram “danos materiais
mínimos” e considera que o Irão está a recuar no conflito.“Eles
parecem estar a retirar. E isso é bom”, afirmou o Presidente
norte-americano, que iniciou a sua comunicação repetindo a ideia de que
“o Irão nunca terá uma arma nuclear”.Trump
justificou o assassínio do general Qassem Soleimani, vítima de um
ataque aéreo norte-americano na passada sexta-feira, dizendo que aquele
alto comandante militar iraniano foi responsável por muitas atrocidades e
mortes de norte-americanos.Soleimani,
reiterou o Presidente norte-americano, esteve por detrás de recentes
ataques contra interesses dos EUA e que estava a preparar novas ações
contra interesses norte-americanos, para justificar a decisão de o
mandar matar.“Ele devia ter sido parado há
muito”, sublinhou Trump, criticando o regime iraniano por ter abusado
da ajuda que os EUA, no passado, deram a este país do Médio Oriente, mas
responsabilizando também o anterior Presidente, Barack Obama, por ter
permitido a continuação desses abusos.O
Presidente recordou os 1,8 mil milhões de dólares (cerca de 1,5 mil
milhões de euros) “de fundos da última administração” que os EUA
forneceram ao Irão, que este país tem usado para promover movimentos
terroristas e “criar um inferno” em diversos países da região.“Em vez de nos agradecerem, os iranianos vieram para as ruas com cânticos contra os Estados Unidos”, lamentou Donald Trump.Para
os líderes do Irão, o Presidente dos Estados Unidos deixou também uma
mensagem, dizendo-lhes que quer que eles tenham “um futuro e um grande
futuro”, reiterando a ideia de que o propósito dos EUA não é mudar o
regime político iraniano, mas antes convencer o regime a mudar de
atitude.No final da comunicação, fez uma
descrição exaustiva do “enorme poder militar” dos EUA, referindo o
generoso reforço financeiro que tem recebido, mas disse que prefere que
essa capacidade de ataque “não seja utilizada”.“As
nossas forças armadas são as melhores e as mais bem equipadas”, afirmou
o Presidente, lembrando as inovações tecnológicas que têm sido
introduzidas.“Temos todo esse equipamento.
Mas não o queremos utilizar”, disse Trump, acrescentando que prefere
olhar para o poder militar como força de persuasão.“Os Estados Unidos estão disponíveis para abraçar a paz com quem a procurar”, concluiu o Presidente.Mais
de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados hoje de madrugada
contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas, em Ain
al-Assad (oeste) e Erbil (norte), em mais um episódio de aumento da
tensão entre Washington e Teerão.O ataque
foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma “operação
de vingança”, em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani,
comandante da sua força Al-Quds, na sexta-feira, num ataque aéreo em
Bagdad ordenado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.