Trump diz que "devia estar morto" numa "experiência muito surreal"
15 de jul. de 2024, 11:09
— Lusa/AO Online
Trump
falava, no domingo, ao jornal New York Post, a bordo do seu avião, que
se dirigia para o Milwaukee, no estado de Wisconsin, onde vai decorrer a
Convenção Nacional Republicana, durante a qual deverá ser confirmado
como candidato presidencial do partido."Não
devia estar aqui, devia estar morto", disse o republicano, que usava
uma ligadura branca sobre a orelha direita, de acordo com o jornalFoi "uma experiência muito surreal", afirmou sobre o ataque no sábado, ocorrido num comício de campanha na Pensilvânia. "O médico do hospital disse que nunca tinha visto nada assim, chamou-lhe um milagre", disse.O
magnata disse que, quando os agentes dos serviços secretos o retiraram
do palco, quis continuar a falar com os apoiantes, mas foi-lhe dito que
não era seguro e que tinha de ser levado para um hospital.Trump
aproveitou a oportunidade para agradecer aos agentes que o protegeram e
que dispararam contra o atirador. "Atingiram-no entre os olhos. Fizeram
um trabalho fantástico. É surrealista para todos nós", acrescentou."Muitas
pessoas dizem que é a fotografia mais icónica que alguma vez viram. Têm
razão e eu não morri. Normalmente, é preciso morrer para se ter uma
fotografia icónica", comentou sobre a imagem em que aparece a levantar o
punho e a dizer "Fight" (luta) várias vezes.Ao
jornal Washington Examiner, o ex-presidente garantiu que reescreveu
completamente o discurso para a convenção, de forma a abordar este
momento e a defender a unidade do país. "Esta é uma oportunidade para
unir todo o país, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito
diferente, muito diferente do que teria sido há dois dias". Trump
afirmou que tinha "preparado um discurso extremamente duro" sobre a
"horrível administração [do Presidente Joe] Biden", mas abandonou esse
por um discurso que esperava "unisse o país"."Mas não sei se isso é possível. As pessoas estão muito divididas", considerou.O
ataque, em que Trump ficou ligeiramente ferido na orelha direita,
causou a morte de um apoiante e dois feridos, que foram hospitalizados. O
atacante, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi
abatido segundos depois por um atirador dos Serviços Secretos.