Trump disse temer que crise económica seja mais mortal
Covid-19
24 de mar. de 2020, 18:32
— Lusa/AO Online
“Podemos
perder várias pessoas por causa da gripe. Mas corremos o risco de
perder mais pessoas ao mergulhar o país numa recessão ou depressão
grave”, disse Trump, referindo-se à possibilidade de a crise provocar
“milhares de suicídios”.Numa entrevista à
cadeia televisiva Fox, Trump disse desejar que a atividade económica dos
EUA pudesse retomar a normalidade o mais depressa possível e admitiu
atenuar as regras de distanciamento social até agora impostas, para
combater a pandemia, de forma a conseguir colocar os trabalhadores a
produzir.“Temos de voltar ao trabalho,
muito mais cedo do que as pessoas pensam”, disse Trump, referindo-se à
duração das regras de confinamento.A Casa
Branca anunciou que está a ponderar formas de facilitar as orientações
de distanciamento social que tiraram os trabalhadores dos seus postos,
encerraram escolas e estão a provocar uma desaceleração generalizada da
economia.Trump lembrou que também milhares
de pessoas morrem de gripe sazonal ou em acidentes automóveis,
reiterando a necessidade de impedir que a economia entre em colapso.
A avaliação do Presidente acontece no momento em que a Casa Branca está
a pedir ao Congresso para aprovar um pacote de estímulo económico de
mais de dois biliões de euros, para aliviar a asfixia financeira de
famílias e empresas.Também o
vice-Presidente, Mike Pence, disse que a Casa Branca está a procurar
formas de conseguir colocar as pessoas de volta ao trabalho, minimizando
o risco de saúde pública.O entusiasmo
sobre o regresso à normalidade, de Donald Trump, contrasta com as
previsões da Organização Mundial de Saúde, que hoje disse haver o risco
de os Estados Unidos se tornarem o epicentro mundial da pandemia de
covid-19, devido à rapidez de crescimento de infetados no país.O
mais recente balanço sobre a situação nos EUA, divulgado na madrugada
de hoje pela OMS, mostra que o número de pessoas infetadas e de morte
com covid-19 duplicou nas últimas 24 horas, elevando o número total para
31.573 casos positivos e 402 vítimas mortais.“Estamos
a assistir a uma disseminação muito rápida de casos nos EUA”, disse
hoje Margaret Harris, porta-voz da OMS, numa conferência de Imprensa, em
Genebra, no mesmo dia em que as autoridades norte-americanas revelaram
que Nova Iorque está a ver o número de casos confirmados duplicar a cada
três dias.