Trump admite recuar nas taxas alfandegárias se alcançar acordo com México e Canadá
5 de mar. de 2018, 15:17
— Lusa/AO online
"Temos
grandes défices comerciais com o México e o Canadá. O Tratado
Norte-Americano de Livre Comércio (TLCAN), que está sob negociação agora
mesmo, tem sido um mau acordo para os Estados Unidos. Enormes
deslocalizações de empresas e trabalhos", escreveu o líder
norte-americano numa mensagem no Twiter.Trump,
que ameaçou no final da semana passada impor elevadas taxas
alfandegárias, acrescentou que "as tarifas sobre o aço e alumínio só
serão retiradas se for assinado um novo e justo TLCAN", um acordo que
está em vigor desde 1994.O presidente norte-americana não deu mais detalhes, nomeadamente sobre a possibilidade se alarga a mais países, e quais. A
mensagem de Trump coincide com o fecho da última ronda de negociações
sobre o TLCAN que tem lugar hoje na Cidade do México, com a presença dos
principais negociadores dos três países.Na
semana passada os Estados Unidos anunciaram que vão impor uma taxa
alfandegária de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de
alumínio para proteger a indústria nacional, numa iniciativa que mereceu
a crítica da generalidade da comunidade internacional, preocupada com a
possibilidade de respostas semelhantes por parte de outros países.Já
hoje, o Governo alemão reafirmou que as políticas de "isolamento" e de
"protecionismo" dos EUA são "o caminho errado" e insistiu que uma guerra
comercial não beneficia ninguém."Não
queremos uma escalada na situação e muito menos uma guerra comercial"
que não beneficia a Alemanha, a Europa e os Estados Unidos", vincou o
porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, reiterando que a redução
dos obstáculos comerciais "não se alcança mediante ameaças".Nas
declarações, o porta-voz de Angela Merkel salientou que a chanceler
"sempre defendeu uma redução dos obstáculos comerciais, concretamente
através de um acordo comercial transatlântico".Também
hoje o Presidente da França, Emmanuel Macron, disse que se as medidas
protecionistas [dos EUA] foram confirmadas, "é importante que a União
Europeia reaja rapidamente e de maneira proporcional".Durante
uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro do
Quebeque, Macron acrescentou que "é claro que as medidas seriam uma
violação das regras da Organização Mundial do Comércio; a União Europeia
teria então o direito, e seria esse o desejo da França, de meter uma
ação na OMC e tomar as contramedidas apropriadas" relativamente aos
norte-americanos.