Tribunal rabínico de Marrocos proíbe 'selfies' de mulheres sem o marido ou filhos
26 de set. de 2017, 12:14
— Lusa/AO online
A decisão foi anunciada pelo Tribunal Rabínico de
Primeira Instância (que se ocupa de assuntos civis da comunidade
judaica marroquina) de Casablanca, que tratou do caso de reconciliação
entre um casal judeu marroquino em dezembro, mas que somente agora foi
noticiado.Segundo o juiz do tribunal hebraico, a mulher não deve
somente abster-se de ‘selfies’ individuais, como também é obrigada a
frequentar ginásios só para mulheres, não ter relações de amizade “com
pessoas estranhas (à família) e nem com mulheres divorciadas”.“O
casal comprometeu-se a deixar os seus telemóveis e suas contas de
Facebook abertas e ambos terão o direito de consultá-los”, lê-se no
texto da decisão publicado pelo jornal marroquino.Os tribunais
rabínicos são instâncias judiciais marroquinas que existem desde o
Protetorado francês (1912-1956) e reservados aos marroquinos de
confissão judaica para tratar de questões de família (matrimónio,
divórcio, sucessão ou testamentos).Através do juiz rabino,
resolve-se os casos conforme os dispositivos do Talmud (obra principal
da religião judaica), mas dependem do Ministério da Justiça marroquina,
sendo que os seus juízes têm o mesmo estatuto que os seus colegas
muçulmanos e pronunciam as suas decisões em nome do rei Mohamed VI.Atualmente,
há menos de 3.000 judeus em Marrocos e estão quase todos concentrados
na cidade de Casablanca, depois de terem formado uma das maiores
comunidades no mundo muçulmano, de centenas de milhares de pessoas, nos
anos 1930 e 1940.