Tribunal determina averiguação dos motivos da insolvência da TAP SGPS
Hoje 17:05
— Lusa/AO Online
Nos
autos de processo de Insolvência em que é insolvente a Siavilo, antiga
TAP SGPS, "foi por despacho declarado aberto o Incidente de Qualificação
de Insolvência", lê-se no anúncio inicialmente noticiado pelo Eco.O requerente da abertura deste processo, de Incidente de Qualificação da Insolvência, foi a Azul Linhas Aéreas Brasileiras.A 10 de julho deste ano, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto
Luz, adiantou que a TAP apresentou um pedido de insolvência da antiga
holding TAP SGPS, atualmente denominada Siavilo. A
decisão surgiu num contexto de litígio com a companhia aérea brasileira
Azul, e a administração da TAP foi mandatada pelo Governo para negociar
uma solução com a transportadora sul-americana. O
pedido de insolvência da antiga TAP SGPS já era já esperado, tendo em
conta que a Siavilo praticamente não possui ativos, apresenta uma
situação líquida negativa superior a mil milhões de euros e viu os seus
órgãos sociais renunciar aos cargos. Enquanto credora da holding, a TAP
deu início ao processo de insolvência.A
Siavilo encontra-se em incumprimento relativamente a um empréstimo
obrigacionista subscrito pela Azul em 2016. Nessa data, a empresa
brasileira subscreveu 90 milhões de euros de um empréstimo
obrigacionista à TAP para ajudar a liquidez da companhia portuguesa, com
juros acumulados que deverão elevar o valor a cerca de 180 milhões de
euros no próximo ano, de acordo com os valores apontados recentemente à
Lusa pelo vice-presidente Institucional e Corporativo da Azul, Fábio
Campos.Apesar de a TAP SGPS já não deter
qualquer participação na TAP SA (empresa operacional que detém a
companhia aérea), são ativos desta última que servem de garantia ao
empréstimo contraído junto da Azul. Esta situação tem contribuído para o
agravamento do diferendo entre as duas companhias.A
Azul, fundada por David Neeleman, ex-acionista da TAP, defende que a
dívida deve ser tida em conta no processo de reprivatização da companhia
aérea portuguesa. A Lusa pediu um comentário à TAP sobre esta matéria mas ainda não obteve resposta.