Tribunal adia para outubro julgamento por corrupção de ex-presidente Jacob Zuma
1 de ago. de 2022, 13:57
— Lusa/AO Online
O juiz Piet Koen decidiu
adiar para 17 de outubro o caso de corrupção, devido a um recurso
pendente no Tribunal Constitucional submetido pelo antigo chefe de
Estado sul-africano para que o procurador, o advogado Billy Downer, seja
afastado do julgamento do caso.Zuma, de
80 anos, e um representante do fabricante de armamento francês Thales
não compareceram hoje no tribunal por decisão judicial.Em
maio, o juiz Piet Koen adiou o caso para hoje afirmando que estava
pendente uma decisão da presidente do Supremo Tribunal de Apelação (SCA,
na sigla em inglês), em Bloemfontein, centro do país.A
juíza Mandisa Maya, presidente do SCA, indeferiu posteriormente o
pedido de recurso de Zuma ao indeferimento pelo juiz Koen de um pedido
especial na instância inferior em Pietermaritzburg, que pedia o
afastamento do procurador do julgamento do caso.A
decisão foi anunciada em 16 de fevereiro pelo juiz Piet Koen, com o
fundamento de que "lhe faltam argumentos razoáveis" para aceitar o
afastamento do procurador.Em sequência do indeferimento da juíza Maya, Zuma recorreu ao Tribunal Constitucional da África do Sul.O
ex-presidente e a Thales enfrentam acusações de fraude, extorsão,
corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro num caso de corrupção
pública de aquisição de armamento multibilionário com mais de 20 anos em
que a companhia de armamento francesa é acusada de subornar o antigo
chefe de Estado.Zuma, que foi Presidente
da República entre 2009 e 2018 enfrenta 18 acusações relacionadas com o
caso, incluindo fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão,
relacionadas com a compra de equipamento militar a cinco empresas de
armamento europeias, em 1999, quando era vice-Presidente do país.Em 2018, Zuma foi forçado a demitir-se após uma série de escândalos.O
fabricante francês do setor da Defesa enfrenta também acusações de
corrupção e branqueamento de capitais. Tanto Zuma, como o grupo Thales
têm negado as acusações.O caso de alegada
corrupção na aquisição de armamento pelo Estado sul-africano foi o maior
escândalo de corrupção pública nos primeiros cinco anos de democracia
na África do Sul, após o escândalo de corrupção em torno da peça teatral
Sarafina, em 1996, no mandato do ex-presidente Nelson Mandela.