Tribunal adia para as 14 horas sentença dos dois adeptos do Benfica acusados de desacatos nos Açores
24 de jan. de 2020, 12:36
— Lusa/AO Online
A leitura da sentença deste processo,
inicialmente prevista para as 09h30 de hoje,
foi alterada para as 14h00 nos Açores para que as
partes se pudessem pronunciar, na sequência de uma alteração não
substancial dos factos."O que se passou
foi uma coisa muito simples e que está previsto no código do processo
penal: quando o Tribunal, no decurso da audiência de julgamento, entende
que existem factos que, embora não consubstanciam uma alteração na
essência da acusação, mas apenas factos marginais, procede-se à
notificação das partes para se pronunciarem quanto a uma alteração não
substancial de factos e foi isso que o tribunal fez", explicou aos
jornalistas Pedro Nascimento Cabral, advogado do ofendido, o gerente de
uma discoteca que alegadamente terá sido atingido com uma garrafa de
vidro na sequência dos desacatos.Em
declarações aos jornalistas, o advogado Pedro Nascimento Cabral precisou
ainda que "esta alteração é designada como sendo não substancial,
porque ela em si própria não traduz uma alteração qualificativa da
conduta dos arguidos e dos factos que estão em cima da mesa apreciados
pelo Tribunal".Os dois arguidos,
integrantes da claque ‘No Name Boys’, foram acusados pelo Ministério
Público (MP) de, “em coautoria material e concurso efetivo”, terem
cometido crimes de “ofensa à integridade física qualificada” e de
“resistência e coação sobre funcionário”.Segundo
a acusação, os factos ocorreram "na noite de 11 para 12 de janeiro",
altura em que os dois arguidos estavam em São Miguel, onde se deslocaram
para assistir ao jogo entre o Santa Clara e o Benfica.Os
dois homens integravam "um grupo de cerca de 40 membros" dos “‘No Name
Boys’, grupo organizado, não oficial, de apoio ao referido clube
[Benfica]”, refere o MP.Os alegados
desacatos começaram à porta de um estabelecimento de diversão noturna de
Ponta Delgada, "cerca das 06:00", altura em que vários adeptos da
claque de apoio ao Benfica saíram da discoteca “sem proceder ao
pagamento do que haviam consumido” e “forçando a passagem pelos
seguranças que se encontravam na porta da rua do estabelecimento em
causa”.O MP alega que os arguidos e os
demais elementos do grupo que integravam juntaram-se aos elementos da
claque que saíram do estabelecimento "sem pagar" e "arremessaram
garrafas de vidro em direção aos seguranças" e, com "cintos e bastões
metálicos", “desferiram pancadas", tendo o gerente da discoteca sido
"atingido com uma forte pancada na cara com uma garrafa em vidro", por
"um dos elementos do grupo".A acusação
sustenta ainda que, "face à atuação dos arguidos e demais elementos do
grupo, foi solicitada a intervenção da PSP", mas, ainda assim, "os
arguidos e outros elementos da claque - alguns não identificados -
prosseguiram com os desacatos, arremessando garrafas, pedras e paus às
forças policiais, as quais tiveram que efetuar diversos disparos para
repor a ordem e segurança públicas, tendo "uma das balas de borracha
ficado alojada na perna esquerda" de um dos arguidos.Durante
o julgamento, em novembro, os dois adeptos do Benfica negaram
implicações nos alegados desacatos e recusaram supostas agressões ou
incentivo à violência.