Tribunais de contas imprescindiveis na promoção da sustentabilidade
21 de nov. de 2019, 12:54
— Lusa/AO Online
Aqueles
tribunais "podem ajudar a consolidar práticas democráticas e garantir
responsabilidade e transparência no uso de recursos fiscais", precisou
António Guterres numa mensagem divulgada no seminário, que junta
representantes de 50 países, da Organização Europeia das Instituições
Superiores de Auditoria (EUROSAI) e da Organização Africana das
Instituições Supremas de Controlo (AFROSAI), para partilharem
experiências e debaterem a Agenda 2030, adotada em 2015 pelas Nações
Unidas.Os tribunais de contas e outras
instituições financeiras “são atores essenciais” no caminho das metas de
desenvolvimento sustentável, acrescentou o secretário-geral da ONU,
destacando o papel destas instituições “principalmente para garantir um
setor público de bom funcionamento”.António
Guterres salientou os "ganhos consideráveis nos últimos anos" na
prossecução daquele caminho, embora tenha admitido que não se está no
bom caminho quanto a esforços necessários para atingir as metas de
desenvolvimento sustentável e atender às emergências climáticas.Apesar
disso, congratulou-se com o compromisso dos tribunais de contas da
Europa e da África, por "explorarem maneiras de fortalecer as funções”.Por
sua vez, o presidente do Tribunal de Contas, Vitor Caldeira, enalteceu a
importância dos tribunais para a promoção da Agenda 2030, e o
reconhecimento de que o desenvolvimento, para ser sustentável, tem de
observar diversos parâmetros económicos, sociais, ambientais e éticos,
ligados ao respeito pelos direitos humanos.“O
valor da dignidade da pessoa humana é central em qualquer construção em
torno da ideia de desenvolvimento sustentável”, afirmou Vitor Caldeira,
acrescentando que “não deixar ninguém para trás é uma das mensagens
centrais da Agenda 2030”.Vitor Caldeira
falou ainda sobre a “intensificação”, nos últimos anos, do trabalho de
auditoria do Tribunal de Contas em áreas relacionadas com a prossecução
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), dando como exemplo a
auditoria sobre a gestão dos recursos hídricos, bem como ao programa de
combate à desertificação.“Várias são as
áreas em que a realização de auditorias conjuntas pode trazer
mais-valias importantes”, concluiu o presidente do Tribunal de Contas.