Três ‘grandes’ preocupados com centralização, ranking europeu e carga fiscal
10 de out. de 2025, 16:21
— Lusa/AO Online
Em
painel no evento Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol, em
Oeiras, Francisco Salgado Zenha, Nuno Catarino e José Pedro Pereira da
Costa mostraram visões alinhadas e muito parecidas, apesar de todas as
divergências e rivalidades.“Contratar
jogadores será cada vez mais difícil, a capacidade financeira está mais
robusta. Ou entramos nesse caminho de robustez, ou iremos ter
dificuldades em acompanhar o resto da Europa. Para isso, vamos ter de
fazer, de forma eficiente, a centralização dos direitos, mas se os três
‘grandes’ baixarem o nível, não vamos ganhar pontos nas provas
europeias. Temos de ter cuidado a fazer a distribuição deste ‘bolo’”,
frisou o vice-presidente financeiro do clube ‘leonino’, Salgado Zenha.Portugal
vive atualmente um momento de transição para um modelo centralizado da
venda dos direitos televisivos, com o intuito de uma distribuição mais
justa e equitativa das receitas entre os clubes profissionais, no qual
os três ‘grandes’ não querem sair prejudicados, sob pena de uma possível
‘queda’ no ranking da UEFA.“Temos de
manter o sexto ou sétimo lugar do ranking e criar, para além dos clubes
grandes, mais equipas competitivas na Liga Conferência. Foi por aí que
os Países Baixos e a Bélgica conseguiram. Não têm clubes tão grandes
como o nosso país, mas têm uma boa estrutura de clubes médios”,
sublinhou o vice-presidente dos ‘encarnados’, Nuno Catarino, que,
contudo, elogiou a competitividade dos clubes portugueses, em comparação
com as finanças e aquilo que o país “poderia dar”.Outro
fator de preocupação assenta na carga fiscal elevada, tendo sido dado
um exemplo com Di María, que voltou ao Benfica ao abrigo do programa
Regressar, o que culminou num limite do programa, sendo “injusto” para a
indústria do futebol.“Houve um enorme
esforço em fazer mais com menos recursos. Os portugueses têm pontos nos
quais lutam de forma desigual face aos concorrentes europeus. Mais de
50% dos salários vão para impostos e segurança social. Só alinhar com a
média significa uma poupança de custos relevante. Somos o país da Europa
com a taxa de IRS mais alta. Para além das dificuldades diárias,
impõe-se estes custos adicionais”, afirmou o diretor financeiro do FC
Porto, José Pedro Pereira da Costa.