Três destacados políticos da oposição detidos pelas autoridades
Venezuela
30 de jul. de 2024, 15:42
— Lusa/AO Online
Vários canais de televisão, entre
eles a VPI TV, transmitiram através do Youtube os momentos das
detenções, mostrando alegados funcionários das forças de segurança,
vestidos de preto e sem identificação visível, a intercetarem e
prenderem os opositores, depois levados em viaturas.Um
dos detidos foi, em Caracas, o dirigente do partido Vontade Popular e
coordenador do movimento opositor Com a Venezuela, Freddy Superlano.Ainda
na capital venezuelana, foi também detido o coordenador juvenil do
partido Causa R, Rafael Sivira, e uma outra pessoa da oposição cuja
identidade não foi revelada.Na ilha
venezuelana de Margarita, foi detido o ex-presidente da Câmara Municipal
de Marcano, José Ramón Díaz, quando chegava à sua residência na cidade
de Juan Griego.A detenção de Díaz teve
lugar depois de uma noite de protestos com participação de um número
expressivo de pessoas, segundo vídeos partilhados nas redes sociais,
tendo o político sido levado para a sede local do Corpo de Investigações
Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica
Judiciária).Não há informação oficial sobre os motivos das detenções destas pessoas.Segundo a ONG Foro Penal (FP), pelo menos uma pessoa faleceu e outras 46 foram detidas.Desde
segunda-feira que se registam manifestações em várias cidades
venezuelanas contra os resultados oficiais das eleições de domingo,
divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral.Na
segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela
anunciou a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato
(2025-2031) consecutivo, com 51,2% dos votos.O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2%, de acordo com os dados oficiais divulgados pelo CNE.A
oposição venezuelana reivindica a vitória nas presidenciais de domingo,
com 70% dos votos para González Urrutia, afirmou a líder opositora
María Corina Machado, recusando reconhecer os resultados proclamados
pelo CNE. A oposição prevê realizar
uma manifestação de protesto nas principais cidades do país, no mesmo
dia em que, em Caracas, as forças que apoiam o Presidente Nicolás
Maduro, vão sair às ruas da capital em defesa dos resultados divulgados
pelo CNE.Vários países já felicitaram
Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas
outros Estados da comunidade internacional, reconhecidos como
democráticos, demonstraram grande preocupação com a transparência das
eleições na Venezuela, caso de Portugal, Espanha ou Estados Unidos.Nove
países latino-americanos - Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala,
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai - pediram hoje
uma “revisão completa” dos resultados eleitorais na Venezuela, país que
conta com uma significativa comunidade de portugueses e de
lusodescendentes.