Três associações de estudantes defendem reforma do Regime Jurídico do ensino superior
20 de jul. de 2024, 21:30
— Lusa
Numa carta aberta, os
presidentes das associações académicas da Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa (FDUL), da Universidade Lusíada de Lisboa (ULL) e
do Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) referem que a
reforma do RJIES “peca por tardia” e “deve constituir um momento de
reflexão de âmbito geral, envolvendo sempre a participação de todos os
setores do Ensino Superior: docentes, discentes, funcionários,
associações e unidades orgânicas”.“É
necessário o lançamento de mais um debate público a nível alargado,
longe dos gabinetes fechados do procedimento legislativo, que efetive
uma vertente participativa necessária à essência do Ensino Superior
democrático”, defenderam.Na carta aberta,
os representantes dos estudantes propõem desde logo que a reforma ocorra
no início da próxima legislatura e aprofunde a autonomia das
instituições, nomeadamente ao nível do financiamento e do seu
funcionamento orgânico.Pretendem ainda o
reforço da representatividade dos estudantes nos órgãos das academias, o
que, na sua perspetiva, levaria mais democracia ao funcionamento das
instituições. Os estudantes pedem ainda
que sejam aprofundadas as realidades dos ensinos superior público, do
ensino superior privado e ensino politécnico, com abordagens específicas
a cada um destes modelos de instituições.No
caso do ensino superior público, defendem que “a formação de Contratos
de Legislatura (já anteriormente realizados) envolvendo as instituições e
a tutela, estatuindo objetivos vinculativos e concretos, será a solução
para a atual imprevisibilidade da gestão universitária, na medida em
que estes contratos funcionam como forma de ‘accountability’”.Quanto
ao privado, propõem a inclusão no futuro regime jurídico “de um
dispositivo que fomente um modelo de parcerias entre Instituições de
Ensino Superior Públicas e Privadas”, “formalizadas mediante
instrumentos jurídicos adequados, como contratos de gestão compartilhada
e termos de cooperação, com o intuito promover projetos de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico” em conjunto.Para
o ensino politécnico, defendem que a componente prática deste modelo de
ensino seja tratada com maior compreensão e detalhe, como “o
reconhecimento de um mecanismo que valorize e auxilie o estabelecimento
de parcerias entre os agentes do mercado de trabalho e estas Academias”.“Apelamos
a que não se adie cada vez mais as questões aqui levantadas. Se temos a
geração mais qualificada de sempre, também deve assustar os números que
continuam a sair do país, ao que não ajuda um Ensino Superior carente
de reforma”, sublinharam.