Três antigos administradores da SPRHI acusados pelo MP
20 de mar. de 2024, 17:10
— Lusa
Segundo
nota divulgada hoje no site na Internet da Procuradoria-Geral Distrital
de Lisboa (PGDL), o Ministério Público deduziu acusação contra sete
arguidos, incluindo uma pessoa coletiva, imputando-lhes a prática de
crimes de falsificação de documentos, peculato e abuso de poder. Um
dos arguidos exercia o cargo de presidente do conselho de administração
da SPRHI e os outros dois eram vogais da administração, "tendo sido
designados pelo único acionista, a Região Autónoma dos Açores", segundo a
nota.A SPRHI foi criada em 2003 com o
objetivo de apoiar a reconstrução nas ilhas do Faial e do Pico na
sequência do sismo de 1998, mas a empresa pública foi extinta em 2019 e
alvo de buscas pela Polícia Judiciária.Os
factos remontam a 2017 e, de acordo com a acusação, os arguidos terão
executado um "plano previamente delineado, violando os deveres inerentes
aos cargos que ocupavam e funções que desempenhavam"."Fizeram
constar de dois contratos factos que sabiam ter relevo jurídico e que
não correspondiam à verdade, usando tais contratos como fundamento para,
em violação do procedimento legalmente imposto, fazer integrar no
'quadro' da SPRHI outros dois arguidos, enquanto trabalhadores", é
referido.Ainda de acordo com a acusação,
"um dos arguidos motivou outro a fazer sua uma quantia em dinheiro que
pertencia à SPRHI e a que só este tinha acesso por força das respetivas
funções nesta sociedade e, seguidamente, quando lhe fosse entregue,
fazer sua a mesma quantia, bem sabendo que não lhe pertencia e que a ela
só conseguia aceder por causa daquele cargo".Os arguidos terão ainda violado as regras da contratação pública no que se refere às obras realizadas pela sociedade arguida.Além
disso, três dos arguidos "agiram ainda com o intuito de favorecer o
então presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo", na Terceira,
"proporcionando-lhe, através da célere limpeza dos terrenos", a
"possibilidade de obtenção de proventos políticos nas eleições que se
avizinhavam".A acusação aponta ainda que o
presidente da SPRHI "contratou o pai da companheira para prestar
serviços para a sociedade", alegadamente violando as regras de
contratação pública.Dois dos arguidos são ainda acusados de "fabricaram documentos falsos" com "o propósito de ocultar as diversas contratações".A
investigação esteve a cargo da 5.ª subsecção do Departamento de
Investigação e Ação Penal dos Açores, coadjuvada pelo Departamento de
Investigação Criminal dos Açores da Polícia Judiciária (PJ).