Transmissão local nos Açores mantém-se restrita a um caso
Covid-19
27 de mar. de 2020, 10:04
— Lusa/AO Online
“Quando temos 33 casos negativos,
é um excelente indicador, que nos permite à partida, neste momento,
dizer que em termos de transmissão local temos identificado apenas e só
um único indivíduo”, adiantou o responsável da Autoridade de Saúde
Regional dos Açores, Tiago Lopes, numa conferência de imprensa, em Angra
do Heroísmo.Os Açores têm atualmente 24 casos confirmados de covid-19, mas apenas uma destas pessoas não se deslocou para fora da região.Perante
o primeiro caso de transmissão local, detetado na quarta-feira, a
Autoridade de Saúde Regional decidiu testar todos os contactos próximos
das pessoas que estiveram na sua origem, faltando apenas recolher três
amostras.“Atacámos o problema e fizemos um
trabalho de maior profundidade da delegação de saúde na identificação
dos contactos próximos destes três casos positivos”, sublinhou Tiago
Lopes.Mesmo tendo resultado negativo na
análise laboratorial, os contactos próximos de casos confirmados de
infeção terão de continuar em quarentena nas suas casas.“Estas
pessoas não podem sair de casa na mesma. Estão confinadas ao seu
contexto domiciliar”, reiterou o responsável da Autoridade Regional de
Saúde, acrescentando que solicitou a colaboração das forças de segurança
na vigilância destes casos.Hoje foram
detetados dois novos casos positivos na ilha do Pico, mas, segundo Tiago
Lopes, não houve transmissão local do novo coronavírus, já que as duas
mulheres, de 24 e 51 anos, viajaram recentemente para o exterior com o
primeiro caso identificado na ilha, tendo todos “cumprido o período de
quarentena” à chegada.O responsável da
Autoridade de Saúde Regional considerou ainda “precoce” avançar com uma
data para o fim das restrições de circulação nos Açores, mas sublinhou
que a situação ainda deverá “perdurar durante algum tempo”.“É
expectável que teremos algumas semanas de forte restrição da interação
social, portanto duvido que até ao final de abril possamos ter uma vida
normal em sociedade”, apontou. “Mesmo que
este surto não atinja um pico tão elevado como eventualmente
possa suceder e que consigamos aplanar a curva do surto, não iremos
descansar enquanto não tivermos a devida segurança de que o mesmo passou
e já temos as devidas condições para voltar à vida normal”,
acrescentou.