Transitários debatem sector em Ponta Delgada
Empresas de transporte de mercadorias reuniram hoje em São Miguel, numa altura em que são confrontados com algumas dificuldades

Autor: Rui Leite Melo
O transitário enquanto opção global no sector do transporte de mercadorias, os novos desafios tecnológicos e a sua importância para o progresso económico dos Açores foram os temas que dominaram o XI Congresso Nacional de Transitários, que hoje decorreu em Ponta Delgada.
Reunindo profissionais da actividade, a par de representantes políticos e empresariais locais com interesses directos no sector, o encontro centra grande parte do seu tempo nos novos desafios que se colocam à área, por via da tão propalada globalização. De acordo com Aires Simões, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), “o tema de base do congresso é o transitário e a operação global, o que tem a ver com os objectos da nossa própria actividade, que é a concretização de qualquer transporte internacional ou insular desde a origem da fábrica ao destino final”. Mas, como realçou aquele representante dos transitários, no congresso incluem-se outros momentos de debate, especialmente aqueles destinados à discussão sobre a realidade dos Açores e a realidade insular no seu todo. Por isso, diz que “sem dúvida nenhuma que fazer o congresso nos Açores é extremamente pertinente e por isso o fazemos regularmente nas ilhas, quer aqui, quer na Madeira, pois apesar de serem duas regiões autónomas são duas regiões com mar de permeio”. Por isso, salienta Aires Simões, “nas ilhas a actividade dos transportes de um modo geral e dos transitários em particular é especial em termos da realização do transporte, tendo em conta as pontas e a relação aos portos principais, pois existem todos os outros destinos nas outras ilhas e é aí que funciona a engenharia do transitário, isto para se conseguir levar cargas a bom porto com eficácia e no mais curto espaço de tempo possível”.
Neste contexto, saliente-se o interesse que vem sendo dedicado pela Associação dos Transitários de Portugal às especificidades insulares, reflectido na edição de Maio/Junho da sua revista de publicação bimestral. Naquele número foi motivo de capa a Região Autónoma dos Açores como sendo “Um desafio em perspectiva”. Para além da incidência sobre  a actividade transitária nas ilhas, e de textos relativos ao serviço de transporte de cargas da SATA,   naquela publicação salienta-se uma reportagem sobre Ponta Delgada, com o sugestivo título “Uma cidade com futuro”. De resto, este olhar pormenorizado do sector dos transitários sobre o arquipélago dominante no seminário em curso poderá resultar em avanços práticos, tanto mais que  o número e qualidade dos participantes surpreendeu a própria organização. Conforme salienta Aires Simões, “um congresso é a reunião entre colegas, mas o convívio nos corredores é uma ocasião única e por vezes daí saem situações que não estavam previstas, como sejam parcerias entre colegas. Congressos como estes são momentos que permitem explorar melhor o negócio mas  têm a vantagem de possibilitar um intercâmbio entre colegas que muitas vezes origina parceria, fusões e mesmo aquisições”, diz.
Em termos de participantes, incluindo os convidados, a organização diz-se satisfeita, tanto mais tendo em conta “as dificuldades com que todos nos confrontamos”.
O XI Congresso Nacional de Transitários termina hoje pelas 18h00.