Tradição de expor presépios na estrada persiste na Calheta

Madeira

25 de dez. de 2010, 13:05 — Lusa/AO online

Os presépios, expostos junto da estrada, são essencialmente constituídos por casas de colmo de várias dimensões onde, no seu interior, o imaginário do nascimento do menino Jesus coabita com a criatividade de cada um. As igrejas, os coretos, as bandas, os pais natais, a lavoura, as pescas, os moinhos, os animais, os costumes entre outros aspectos da vida e da rotina quotidiana, são neles representados. José Vieira, de 71 anos de idade e residente na Ponta do Pargo, há sete anos que idealiza e monta o seu presépio defronte da sua casa, tarefa que (re)começa logo que as festividades acabam: “tenho um prazer fazer isto”, diz, olhando a sua “obra-prima”. “Lembra o Natal”, acrescenta, reconhecendo ser “um bocadinho difícil para armar estas coisas e pôr no sítio certo” nomeadamente as centenas de peças, umas animadas por via da energia eléctrica conduzida por pequenos motores reaproveitados de microondas e de outros electrodomésticos em engenhocas inventadas pelo seu criador. “Leva muito tempo, começo em Janeiro e vou fazendo pouco a pouco", admite. Para José Vieira, é o presépio que "faz lembrar o Natal. Os novos, hoje em dia, não fazem isto, os idosos é que recordam o Natal”. “Claro que isto é uma tradição mas quando for para o outro mundo já ninguém vai fazer mais isto”, vaticina. “Isto é particular, faço por minha conta”, explica, acrescentando: “isto é a minha obra-prima”.