Trabalhos para a construção da Ponte 25 de Abril começaram há 50 anos

3 de nov. de 2012, 12:18 — Lusa / AO online

  Criada para combater a insuficiência dos sistema de “ferry boats”, moroso e difícil, a ponte é atualmente atravessada diariamente por 150.000 veículos e por 150 comboios. Segundo informação da Estradas de Portugal, o crescimento demográfico excessivo nas zonas urbanas e suburbanas a norte de Lisboa e a necessidade de promover a ocupação humana da margem sul foram outras razões que levaram o Governo da altura a investir numa ponte sobre o Tejo em Lisboa. Desde que a ideia foi lançada até ao lançamento de um concurso público internacional e à escolha de um projeto, decorreram 77 anos. Durante esse período foram apresentadas 12 ideias para a ponte e a sua localização, das quais quatro da autoria de engenheiros portugueses, três de espanhóis, três de norte-americanos, uma francesa e uma alemã. A primeira proposta registada é a do engenheiro Miguel Pais, que em 1879 sugeriu a construção de uma ponte mista, rodo e ferroviária, entre o Grilo e Montijo, com tabuleiro duplo, semelhante à Ponte Eiffel em Viana do Castelo. Apesar do grande apoio pelos meios técnicos, esta ideia não teve seguimento. As outras propostas que se seguiram sugeriam ligar o Chiado a Almada, a Rocha do Conde de Óbidos a Almada, o Beato ao Montijo e Santa Apolónia a Cacilhas. Entretanto, em 1942, no pós-guerra, a ideia de se construir a ponte sobre o Tejo em Lisboa foi relegada para segundo plano, quando o Governo decidiu privilegiar uma solução mais modesta, que implicasse um menor investimento. Por isso, em 1951 era inaugurada a ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, numa zona onde o leito do rio era mais estreito. Oito anos depois foi finalmente lançado o concurso público internacional para a construção da ponte suspensa sobre o rio em Lisboa. A obra foi adjudicada à empresa norte-americana United Steel Export Company e iniciaram-se a 05 de novembro de 1962, com um prazo de execução de 51 meses. Quarenta e cinco meses depois, a empresa norte-americana dava a obra por concluída. Com 2.277,64 metros de comprimento, a ponte foi preparada para resistir à ação do vento até velocidades de 175 quilómetros/hora e apresentava no pavimento uma conjugação de grelha aberta e fechada para assegurar a estabilidade aerodinâmica. Na altura, o custo da obra foi de dois milhões e duzentos mil contos (cerca de 11 milhões de euros, sem ajustes à inflação). Chegaram a estar envolvidos na construção da ponte 3.000 operários por dia e registaram-se apenas quatro mortes. A ponte passou a ser chamada Ponte Salazar (ainda que a sua designação legal se mantivesse Ponte Sobre o Tejo), em honra ao Presidente de Concelho. Na altura, era a maior ponte suspensa da Europa e a quinta maior do mundo. Atualmente é a sexta maior da Europa e a 21ª do mundo.