Trabalhadores que recusem vacinas podem ser despedidos em França
Covid-19
27 de jul. de 2021, 14:30
— Lusa/AO Online
“O
objetivo é convencer os funcionários e facilitar a vacinação, por isso
permitimos uma autorização de ausência” para poderem ir vacinar-se,
disse a ministra Élisabeth Borne em declarações ao canal de televisão
BFMTV.Estes
trabalhadores, como funcionários da hotelaria ou dos transportes de
longa distância, terão de apresentar, a partir de 30 de agosto, o passe
sanitário que o Parlamento aprovou e que irá obrigar outros cidadãos a
apresentar também, em princípio, a partir do início de agosto. Élisabeth
Borne explicou que a lei inclui um processo de suspensão do contrato de
trabalho (da contratação e do salário) caso o trabalhador não tenha
conseguido se vacinar, o que seria retirado no momento em que o
trabalhador apresentasse o documento de comprovação da vacinação.“Como
não há vencimento, esta disposição não poderia durar indefinidamente.
Queríamos introduzir na lei o recurso ao despedimento, não antes do
prazo de dois meses e seria acompanhada de indemnização aos
trabalhadores”, disse a ministra.Essa cláusula sobre a demissão foi retirada na revisão do texto no Senado.“Isso
não significa que não poderá haver demissões, mas que agora é menos
delimitado, que poderá ser aplicado antes de dois meses, como já está
previsto no Código do Trabalho”, acrescentou Borne, que disse acreditar
que a grande maioria de funcionários vão vacinar-se e os que se
recusarem serão "casos excecionais".A
utilização do passe sanitário - comprovante de vacinação completa,
teste negativo nas últimas 48 horas ou de ter passado a doença nos
últimos seis meses - passou a ser aplicada por decreto no dia 21 de
julho em museus, cinemas e outros recintos de espetáculos e desporto.Após
a sua aprovação pelos deputados e senadores, o seu uso será estendido
assim que o texto for promulgado no início de agosto para bares, cafés,
restaurantes (esplanadas e interior) e também para comboios, aviões e
alguns centros comerciais, mas também hospitais, exceto para
emergências.A
lei também prevê a vacinação obrigatória dos profissionais de saúde,
que também será aplicada a partir de 15 de setembro. O pessoal de saúde
será afetado da mesma forma pela suspensão do emprego e do salário se
não apresentarem este documento.