Trabalhadores dos Registos ameçam com luta em dezembro se persistir falta de negociações
25 de ago. de 2022, 16:00
— Lusa/AO Online
Em comunicado, o Sindicato Nacional dos
registos (SNR) e o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do
Notariado (STRN) lembram ainda que permanece em vigor o pré-aviso de
greve para os trabalhadores dos Registos e do Notariado, às segundas e
sextas feiras, durante o presente mês de agosto."Faltam ainda dois dias de luta e não iremos desistir", diz a nota conjunta do SNR e STRN.
Em causa estão questões como abono para falhas, vencimentos iguais,
pagamento dos retroativos correspondente à atualização dos índices pelo
Instituto dos Registos e Notariado (IRN), continuação das mobilidades
"sem qualquer critério" e conclusão do processo avaliativo por forma a
que muitos trabalhadores possam progredir. "Ainda
nem sequer as notas (de avaliação) foram notificadas. Uma vez mais,
estamos perante um Instituto (Registos e Notariado) que age de má fé,
pois não cumpre a lei e os prazos, e quando o deve fazer, não o faz. Não
cumpre a lei e sem base legal paga 70% da participação emolumentar, que
deixou de existir em 2020, aos conservadores e oficiais em
substituição", critica a nota sindical.Aquelas
duas estruturas sindicais da região Norte alegam ainda que o Ministério
da Justiça "sabe e tem conhecimento da enormíssima falta de recursos
humanos", existindo Conservatórias a funcionar com apenas um ou dois
oficiais de registos. "Também sabe da
inconstitucionalidade do diploma dos vencimentos por determinação da
Provedora da Justiça e até ao momento nada fez. Vai adiando a resolução
dos problemas. Quanto às diferenças salariais, há trabalhadores com o
mesmo tempo de serviço a fazer as mesmas tarefas e uns ganham o dobro"
dos colegas, refere o SNR e STRN da região Norte.Segundo
acrescentam, o "mais grave é haver oficiais de registos a auferirem um
vencimento muito superior a muitos conservadores, obrigatoriamente
licenciados em Direito". Além disso -
assinalam - existem atualmente 23 escalões de vencimentos no IRN e "nem o
princípio de salário igual" entre homens e mulheres é cumprido, porque
"nos mesmos escalões há enormes divergências de vencimentos".Até
ao momento não fomos chamados para uma negociação de boa fé, nada foi
dito ao SNR, num claro desprezo pela negociação, pelos representantes e
trabalhadores do IRN", queixam-se os sindicatos.Quanto
à greve em curso às segundas e sextas-feiras em agosto, o SNR e STRN
referem terem conhecimento "dos constrangimentos decorrentes da greve
que se repercutiram na vida dos utentes", nomeadamente, nesta época do
ano em que muitos emigrantes de férias em Portugal quiseram tratar dos
seus assuntos nos serviços de registo.Em
seu entender, os constrangimentos causados aos cidadãos e às empresas
são da inteira responsabilidade da tutela e do Conselho Diretivo do IRN
que "não foi competente, nem alinhou de boa-fé nas negociações para
desconvocação da greve". Defendem por isso a demissão do Conselho
Diretivo do IRN.