Trabalhadores dos impostos iniciam hoje greve contra atraso na negociação das carreiras
26 de dez. de 2018, 08:44
— Lusa/AO Online
“O principal
motivo [da paralisação] tem a ver com o não andamento das negociações
relativamente à carreira. Há cerca de um mês e meio que o secretário de
Estado [dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes] nos enviou um
documento e nós remetemos uma contraproposta”, disse, na sexta-feira, o
presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, em
declarações à Lusa. De
acordo com o sindicalista, o Governo ainda não apresentou uma resposta,
tendo os trabalhadores, por isso, decidido manifestar o seu
descontentamento. Paulo
Ralha explicou, na altura, que o atraso se deve ao facto de o documento
em causa ter que passar pelas secretarias de Estado do Emprego Público e
do Orçamento, ressalvando que os trabalhadores já esperaram “demasiado
tempo” e que “estes passos já poderiam ter sido todos dados, se houvesse
outra vontade do Governo em desbloquear a situação”. O
presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos indicou ainda
que a greve deverá ter impactos no serviço de reembolsos do IVA nos
aeroportos, no desalfandegamento de algumas mercadorias nos portos e no
atendimento dos contribuintes nos serviços das finanças. “Terá
impactos também na atividade económica, nomeadamente, no que diz
respeito a empresas com planos de pagamento em curso […], em que não
sendo efetuado o pagamento na data certa, cai a penhora automática e
podem ver congeladas as contas bancárias ou outros bens”, acrescentou. Apesar
de não avançar com uma previsão de adesão, o responsável sindical
afirmou que, entre os 10.500 trabalhadores do setor, “há muita vontade
de fazer greve e de manifestar essa indignação”. Paulo
Ralha adiantou ainda que estão previstas novas formas de luta, a
anunciar caso o Governo não dê resposta aos trabalhadores.