Trabalhadores dos CTT terminam greve de dois dias com adesão de 70%
22 de dez. de 2017, 19:21
— Lusa/AO online
O
secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e
Telecomunicações (SNTCT), Vítor Narciso, disse à agência Lusa que a
paralisação teve uma adesão média que rondou os 70%.Nos
serviços centrais e de apoio a adesão foi inferior, mas "no tratamento e
distribuição de correspondência foi muito boa", disse o sindicalista."Tivemos
uma adesão muito boa, mas o principal objetivo da paralisação já foi
conseguido pois o futuro do serviço prestado pelos correios tem sido
discutido nos últimos dias e já fomos ouvidos na Assembleia da
República", salientou.Vítor
Narciso prevê que a greve de dois dias agrave o atraso já existente na
distribuição de correio devido à falta de pessoal, mas sem que a
população se aperceba."Já
ninguém nota os efeitos de dois dias de greve pois o atraso na
distribuição de correspondência é permanente, devido à degradação do
serviço causada pela falta de pessoal", disse o líder do SNTCT, filiado
na CGTP. De
acordo com a empresa, a paralisação quase não afetou o funcionamento dos
correios, porque registou apenas uma adesão de 17%, que levou apenas ao
encerramento de duas das 608 lojas CTT na quinta-feira e de uma loja
hoje.A greve
de dois dias, por melhores condições de trabalho e pela salvaguarda dos
postos de trabalho e da qualidade do serviço prestado à população, foi
também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos
Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na
UGT.Na
terça-feira, os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca
de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e
carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução
de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de
três anos, devido à queda do tráfego do correio.De
acordo com o SNTCT, a Comissão Executiva dos CTT informou os
representantes dos trabalhadores de que pretende reduzir o número de
trabalhadores, entre 600 e 700, durante os próximos três anos, com
especial incidência em 2019 e 2020.