Trabalhadores de terra da SATA mantêm greve ao trabalho suplementar
23 de jul. de 2024, 17:25
— Lusa/AO Online
"O SINTAC
convocou para o dia 24 de julho o início de greve ao trabalho
suplementar, mas, face à negligência dos negociadores da SATA,
certamente mandatados pelo CA [conselho de administração], já está a
planear uma greve com maiores impactos, de vários dias a tempo inteiro,
durante agosto e setembro", segundo um comunicado do sindicato divulgado.No início de julho, o SINTAC
revelou que os trabalhadores de terra da SATA estariam em greve ao
trabalho suplementar, a partir de 24 de julho, contra o “tratamento
discriminatório” pela empresa de aviação dos Açores, considerando
"inaceitável" que a revisão salarial não seja "equitativamente"
distribuída por todos os trabalhadores.Esta terça-feira, numa nota de imprensa, o SINTAC informa que numa reunião de
apresentação do novo Conselho de Administração (CA) foram apresentadas
novamente as reivindicações dos associados, nomeadamente no que diz
respeito à atualização salarial de todas as carreiras, "com valores em
linha com o que já foi negociado com as estruturas sindicais para os
trabalhadores de voo", mas a companhia aérea "não se aproximou, até
hoje" da proposta sindical."A SATA não se
aproximou, até hoje, da proposta do SINTAC, nem parece interessada em
mitigar os problemas da desigualdade salarial criados por si, alegando
que precisa de paz social para trabalhar, mas fazendo o caminho
contrário, promovendo a desigualdade e a parcialidade negocial", critica
o Sindicato.Para o SINTAC, a greve ao
trabalho suplementar, já marcada antes da nomeação deste CA, "resulta da
incapacidade negocial" da anterior administração e da "injustiça criada
com a disparidade de aumentos salariais entre os trabalhadores de terra
e os de voo", da SATA."Espera-se que o
atual CA perceba, a tempo, que tem de adotar uma gestão justa das
relações laborais, que perceba que os bons resultados laborais só
existem se existir paz social e que a paz só existe quando há igualdade
de tratamento", defende o SINTAC, que acusa a empresa de "uma clara
tentativa de divisão dos trabalhadores de terra, explorando o medo e a
incerteza".O SINTAC acusa ainda a SATA de
levar a cabo "medidas extemporâneas, sem a necessária ponderação" e de
"cunho autoritário", que "não vão resolver nenhum problema", mas "antes
agudizar".O Sindicato revelou ainda que
durante o período de greve serão assegurados os serviços mínimos
decretados pelo Tribunal Arbitral, entre os quais voos-ambulância, casos
de perigo de vida e de emergência médica, voos militares, voos de
Estado, nacional ou estrangeiro, e voos de caráter humanitário.