Trabalhadores da Rede Apoio ao Cidadão manifestam-se nos Açores por carreira especial
24 de abr. de 2019, 14:13
— Lusa/AO Online
A
manifestação acontece durante o período de greve, convocada pelo
SINTAP/Açores (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de
Entidades com Fins Públicos), que acontece desde segunda-feira e se
estende até sexta-feira.Em causa está a
exigência da criação de uma carreira especial, que permita, entre outras
coisas, a valorização remuneratória daqueles trabalhadores.A
RIAC abriu o primeiro espaço em 2004 e conta, atualmente, com 54 lojas
nas nove ilhas dos Açores, que permitem fazer documentos de
identificação pessoal ou do carro e aceder a serviços da Segurança
Social, de saúde ou relacionados com o pagamento de contas de serviços
públicos, entre outros.A rede integra cerca de 100 colaboradores.Segundo
adiantou a delegada sindical Cármen Araújo, que trabalha na RIAC desde
2011, os trabalhadores da rede são classificados como assistentes
técnicos e ocupam “o fundo da tabela remuneratória única”, auferindo um
salário de 683,13 euros mensais.Os
trabalhadores da RIAC respondem a 65 entidades, concentrando naqueles
espaços cerca de 800 serviços, explicou, acrescentando que os
funcionários da rede exercem “um conjunto complexo de funções de elevada
responsabilidade e grau de exigência”, para os quais não estão “a ser
condignamente pagos”, considerou.“Neste
momento o que mais nos interessa é a abertura, por parte do governo,
para que se possa negociar a criação desta carreira, mas as portas
são-nos constantemente fechadas”, lamentou Cármen Araújo.A
delegação açoriana do SINTAP já abordou este assunto junto da
vice-presidência do Governo Regional dos Açores por duas vezes, tendo o
executivo apontado que a região não tem competências para a criação de
uma carreira especial para estes trabalhadores.Numa
nota divulgada na sexta-feira, a entidade patronal fez saber que
considera “injusto e discriminatório para os restantes funcionários da
administração regional e até local” o pedido de valorização na carreira
para os trabalhadores da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão.Acrescenta,
ainda, que não existe “especificidade legal nas funções de assistente
técnico da RIAC” e, como tal, não são “cumpridos os requisitos legais
que permitam criar uma carreira Sobre esta
matéria, os trabalhadores da RIAC pediram um parecer jurídico que
mostra, como já tinha sido também avançado pela unidade sindical, que o
executivo regional tem competências legais que permitem a criação de uma
carreira especial.“Resulta, pois, que,
mostrando-se reunidos os pressupostos legais cumulativos exigidos para a
criação da dita carreira especial, nada impede que o Governo Regional
avance com a criação de uma carreira especial para estes trabalhadores
e/ou elabore uma proposta e a submeta à Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores”, lê-se no parecer de 02 de abril de 2019, feito
pela sociedade de advogados Garcia Pereira e Associados, citado por
Cármen Araújo.Na manifestação de hoje
estiveram presentes apenas trabalhadores da ilha de São Miguel, onde
existem 18 lojas, mas a greve estende-se a toda a região.A
Lusa tentou apurar, junto do SINTAP, os números da adesão à greve no
arquipélago, mas não conseguiu esclarecimentos até ao momento.