Trabalhadores da Portway começam hoje greve de três dias nos aeroportos
26 de ago. de 2022, 08:34
— Lusa/AO Online
A paralisação, marcada para hoje, sábado e
domingo, contesta "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo
dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de
confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos
incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência
de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que
evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", indicou o
sindicato.O pré-aviso prevê a paralisação
geral dos trabalhadores da empresa de assistência em terra, nos
aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, com início às 00:00 de hoje
e fim às 24:00 de domingo. O Sintac acusa
a Portway de promover um "clima de terror psicológico, onde proliferam
ameaças e instauração de processos disciplinares, criando uma
instabilidade social sem ímpar na história da empresa", e os
trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e
uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões.O
Sintac quer ainda o pagamento de feriados a 100% a todos os
trabalhadores e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a
inflação.A ANA - Aeroportos de Portugal e a
Portway alertaram na quinta-feira para possíveis perturbações em
22 companhias aéreas que operam nos aeroportos nacionais.Numa
nota divulgada nos seus 'sites' a gestora dos aeroportos nacionais,
detida pela Vinci, e a empresa de assistência em terra, do mesmo grupo,
publicaram uma lista de "companhias aéreas cujos voos poderão ser
afetados pela greve convocada por um sindicato" na empresa de
assistência em terra.As companhias em
causa são a Aegean, Air Canada, Air Transat, American Airlines, Blue
Air, Brussels, Cabo Verde Airlines, Easyjet, Euroatlantic, European Air
Transport, Eurowings, Finnair, Flyone, Latam, Luxair, Swiftair,
Transavia, Transavia France, Tunisair, Turkish Airlines, Volotea e
Wizzair. Estas empresas recorrem aos serviços da Portway, sendo que
existe outra empresa de 'handling' em Portugal, a Groundforce.Num
comunicado, na quinta-feira de manhã, a Portway deu conta da
possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais, devido à
greve, lamentando "os incómodos que esta situação venha a causar aos
passageiros".Tendo em conta o impacto que a
greve pode ter nas operações aeroportuárias, a empresa aconselhou ainda
os viajantes a confirmarem os respetivos voos junto das companhias
aéreas, antes de se dirigirem para os aeroportos, sendo que as
referências às companhias aéreas afetadas pela paralisação estarão em
atualização permanente em https://www.portway.pt/pt/media/noticias/.O
sindicato e a Portway não chegaram a acordo quanto à definição dos
serviços mínimos para a greve, depois de uma reunião com a Direção-Geral
do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).Entretanto,
o Sintac referiu ter conhecimento de que podem ser chamados
colaboradores de empresas de trabalho temporário, "com experiência quase
nula, que poderão vir a colocar em causa a segurança de voo". Por sua
vez, a Portway disse que "repudia veementemente qualquer acusação de
cedências ou facilitismos operacionais".Esta
semana, o Sintac acusou ainda o Governo de ter lançado um despacho "que
viola o direito à greve" dos trabalhadores da Portway que prestam
assistência a pessoas com mobilidade reduzida nos aeroportos nacionais e
pediu a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT),
garantindo que a Portway está a "comprometer" os direitos dos
trabalhadores.