Trabalhadores da função pública com expectativas “defraudadas”
23 de nov. de 2023, 21:00
— Lusa
“Com
o chumbo da proposta do ORAA [Orçamento da Região Autónoma dos Açores]
para 2024, logo destes preceitos, mais de 26.000 funcionários da
administração pública, regional e local, vêm as suas muito justas
expectativas altamente defraudadas e penalizadas no que toca à
valorização das suas carreiras e remunerações”, lê-se num comunicado do
SINTAP.O Plano e o Orçamento dos Açores
para 2024 foram hoje chumbados na votação na generalidade na Assembleia
Regional com os votos contra de IL, PS e BE e as abstenções do Chega e
do PAN.Os partidos que integram o Governo
dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) e o deputado independente Carlos Furtado
(ex-Chega) votaram a favor dos documentos.No
comunicado, o SINTAP lembra que a proposta orçamental previa o aumento
da remuneração complementar, a “aceleração” da progressão das carreiras
da função pública e a “integração de cerca de 400 trabalhadores
precários da covid-19 nos quadros da administração pública”.“Neste
contexto, o SINTAP apela e pede uma vez mais à atenção e sensibilidade
de todos os partidos para a importância e oportunidade da aprovação
destas normas em sede de eventual apresentação de nova proposta de
ORAA”, defende.O sindicato adianta ainda
que solicitou reuniões com todos os partidos com assento parlamentar e
mostra-se disponível para “negociar com os demais sindicatos a
constituição de uma frente sindical tendente à defesa destas normas de
valorização das carreiras e remunerações dos trabalhadores em funções
públicas”.O presidente do Governo
Regional, José Manuel Bolieiro, já anunciou que o executivo tenciona
apresentar uma nova proposta, mas avisou que se também for chumbada,
então devem realizar-se eleições e “o povo decidirá”.O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber os
partidos representados no parlamento açoriano na próxima quinta-feira.Com
a perda da maioria absoluta do PS, em 2020, formou-se um Governo de
direita nos Açores, com o PSD, CDS-PP e PPM, com acordos com Chega e
Iniciativa Liberal, que lhe dava uma maioria no parlamento regional.Em
março, o executivo perdeu a maioria no parlamento, depois de o deputado
único da IL, Nuno Barata, romper o acordo, seguindo-se o deputado o
independente Carlos Furtado (ex-Chega).