Trabalhadores da EDA entregam pré-aviso de greve e manifestam-se na ilha Terceira
13 de mai. de 2025, 17:27
— Lusa/AO Online
O
Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (SINDEL) anunciou, esta terça-feira, em
comunicado que, no seguimento do plenário de trabalhadores realizado na
segunda-feira, em Ponta Delgada, apresentou o pré-aviso de greve ao
trabalho suplementar e deslocações, “cujo início será a partir das 00h00
do dia 27 de maio”.No plenário ficou
marcada uma nova reunião com a administração da EDA para as 10h00 de
segunda-feira, dia 19 de maio, na sede da empresa, em Ponta Delgada, na
ilha de São Miguel.O SINDEL espera que na
reunião “a EDA avance no sentido de um acordo que permita desconvocar a
greve e a manutenção da paz social”.Já o
dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI),
António Sousa, adiantou em comunicado que “todos os sindicatos
representativos dos trabalhadores” marcaram uma manifestação pública,
para as 09h00 de sexta-feira, para a ilha Terceira.A
manifestação “consistirá numa caminhada com início nas instalações da
EDA em Angra do Heroísmo e término na vice-presidência do Governo
Regional, situada no Palácio dos Capitães-Generais, no Largo Prior do
Crato - residência oficial de Sua Ex.ª o vice-presidente do Governo
Regional [PSD/CDS-PP/PPM]”, indicou.“O
sindicato que represento, o SIESI - maior sindicato presente na EDA -
está fortemente empenhado nesta iniciativa, que visa a defesa dos
direitos e das legítimas expectativas dos trabalhadores, nomeadamente no
que respeita à valorização salarial”, concluiu o dirigente sindical.Na
segunda-feira, os trabalhadores da EDA ameaçaram recorrer à greve se
não chegarem a acordo com a elétrica açoriana sobre a valorização
salarial, após o falhanço da reunião realizada naquele dia, disse fonte
sindical.António Melo, do SINDEL, declarou
aos jornalistas, na sequência de uma concentração de trabalhadores
junto ao Palácio de Sant’Ana, residência oficial do presidente do
Governo Regional, que a proposta que foi apresentada pela EDA é
“inferior à função pública” por “não considerar os mínimos”.“É
importante que os trabalhadores que ganham pouco fiquem a ganhar pelo
menos o valor que é dado à função pública”, referiu o sindicalista,
salientando que, caso não se aumente os salários, os trabalhadores
ficarão “cada vez mais colados ao salário mínimo regional”.Segundo
António Melo, um trabalhador que ingresse na EDA tem um vencimento de
1.100 euros, não se podendo “aceitar de maneira nenhuma” que a diferença
dos salários da elétrica açoriana para o setor energético nacional seja
de 20 ou 30%.“Não é admissível”, reforçou.A
proposta apresentada na segunda-feira pela EDA, que tem cerca de 720
trabalhadores, não foi, contudo, revelada pelo sindicalista, que disse
apenas que representa um “valor mais baixo do que o da função pública”. O
grupo EDA obteve um resultado líquido positivo de 10,4 milhões de euros
em 2024, menos 6,6 milhões do que no ano anterior, tendo os acionistas
aprovado em assembleia geral a “distribuição de dividendos no total de
5.222.000 euros, valor mínimo legal, correspondente a 0,373 euros por
ação”.São acionistas da elétrica açoriana a
Região Autónoma dos Açores (50,1%), a ESA (39,7%) e a EDP (10%), sendo
que os pequenos acionistas e os emigrantes têm 0,2% do capital social.