Trabalhadores da Cultura protestam no dia 09 em frente ao parlamento em Lisboa
3 de nov. de 2020, 18:40
— Lusa/AO Online
Segundo
o CENA-STE, num comunicado divulgado, o protesto irá decorrer no dia em que no parlamento “estará em
discussão o Orçamento do Estado para a Cultura”. “Só
com um valor substancialmente maior do que o até agora apresentado,
aproximando-se o mais possível de 1% do OE, será possível o que temos
exigido nestes tempos: que se cumpram de facto as medidas de fundo e de
emergência para o sector, para garantir que existimos daqui a um ano e
se criem verdadeiras condições, em prol que no futuro nunca mais
aconteça o que vivemos nestes tempos”, refere o sindicato.O
CENA-STE, lembrando que “os trabalhadores da Cultura, dos espetáculos e
do audiovisual vivem um momento particularmente difícil e confrontam-se
diariamente com situações dramáticas do ponto de vista laboral e
social”, acusa o Governo de “adiar uma verdadeira intervenção de
emergência, limitando-se a pequenas ações claramente insuficientes”.“No
momento em que os trabalhadores do setor procuram manter os teatros
abertos, os espetáculos a decorrer, manter a segurança e proteção de
todos, o Governo continua a assobiar para o lado para um setor que é
dever do estado garantir que tem futuro”, defende.O
sindicato afirma ainda que a proposta de estatuto dos profissionais da
Cultura (cuja autorização de criação consta na versão preliminar do
Orçamento do Estado 2021) não responde às especificidades do setor” e
“limita-se a validar ou criar novas formas de trabalho precário”.Por
tudo isso, “apela à presença dos trabalhadores na concentração à frente
da Assembleia da República, no próximo dia 09 de novembro”.O CENA-STE salienta que “a organização desta concentração está sujeita à responsabilidade que os tempos pedem”. “Será exigido o uso de máscara, o distanciamento físico e em segurança e o respeito pela etiqueta respiratória”, afirma.Ao
longo dos últimos meses, tem sido sobretudo o CENA-STE a divulgar
resultados de inquéritos que tem feito aos profissionais do setor,
durante o período da pandemia da covid-19.No
início de outubro, o sindicato revelou resultados do terceiro inquérito
lançado, segundo o qual 12% dos trabalhadores da Cultura têm um
contrato sem termo e mais de dois terços (70%) trabalham numa segunda
atividade.“Confirma-se que mais de 80% da
atividade prevista foi cancelada ou adiada e, ao contrário do que tem
sido dito pelo Governo, apenas 7% diz ter visto as suas atividades
profissionais reagendadas com data concreta”, adiantou o sindicato.