Trabalhadores da Cofaco voltam hoje a manifestar-se à porta do parlamento açoriano
19 de abr. de 2018, 08:27
— Lusa/AO Online
“O objetivo desta
manifestação é fazer ver ao Governo Regional que poderá ser adaptada a
majoração do tempo e do valor do subsídio de desemprego a esta situação
criada com os trabalhadores da Cofaco Pico, como foi ajustado aos
trabalhadores da base das Lajes, na ilha Terceira”, adiantou, em
declarações à Lusa, Sérgio Gonçalves, representante do Sindicato de
Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos
Açores.Até 05
de maio, 162 funcionários da fábrica de conservas situada no concelho da
Madalena, na ilha do Pico, deverão deixar de ter vínculo laboral com a
Cofaco.A
conserveira, detentora da marca Bom Petisco, já terá entregado um
projeto para construção de uma nova fábrica, mas Sérgio Gonçalves alega
que o encerramento da atual unidade terá um “grande impacto económico”
na ilha.“Estamos
a tentar fazer com que o governo também sinta um pouco o nosso
desespero, porque vamos perder poder de compra. Há famílias onde lá [na
Cofaco] está um casal, que ficarão em situação bastante precária”,
salientou, alegando que os trabalhadores deverão perder perto de 45% do
seu rendimento.Os
trabalhadores da Cofaco voltam a deslocar-se de barco até à ilha do
Faial para se manifestarem, por volta das 14:30 (mais uma hora em
Lisboa), à porta da Assembleia Legislativa dos Açores, onde decorre o
plenário de abril, para reivindicarem a intervenção do executivo
açoriano na majoração do subsídio de desemprego.“O
Governo Regional dos Açores não tem olhado para os trabalhadores da
Cofaco, porque senão teria sido o próprio Governo Regional a tomar a
iniciativa de mandar para o Governo da República uma alteração à lei do
subsídio de desemprego e o que se viu foi que o Governo Regional nada
fez", frisou o sindicalista.Já
em janeiro, cerca de uma centena de trabalhadores da conserveira tinha
participado numa manifestação no mesmo local, que contou com a presença
do secretário-geral da central sindical CGTP, Arménio Carlos.No
mês passado, foi aprovado por unanimidade no parlamento açoriano um
projeto de resolução apresentado pelo PSD que previa, entre outras
medidas, a majoração do subsídio de desemprego, mas fonte do Governo
Regional disse à Lusa que as questões referentes ao subsídio de
desemprego e à Segurança Social são de competência nacional, cabendo à
Assembleia da República legislar sobre estas matérias.