Autor: Lusa/AO Online
“Nós temos toda a vontade em resolver esta situação! Isto já cansa todas as partes envolvidas, causa desconforto às pessoas que utilizam os navios da Atlânticoline e, portanto, nós achamos que está na altura de os políticos também se envolverem”, apelou Clarimundo Batista, do Sindicato da Marinha Mercante, em declarações aos jornalistas, no exterior do parlamento.
Para o dirigente sindical, os sucessivos pré-avisos de greve decretados desde dezembro de 2021, resultam, em grande parte, do volume de horas extraordinárias imposto pela administração da empresa a cada um dos trabalhadores, que o sindicato considera ser “ilegal”.
“Aquilo que há no Acordo da Empresa é um contrato que limita às 200 horas [extraordinárias] anuais, mas é isso que diz a lei, e nós, para irmos ao encontro daquilo que a empresa diz, era fazer uma ilegalidade e nós não patrocinamos ilegalidades”, insistiu Clarimundo Batista.
O representante nos Açores do Sindicato da Marinha Mercante acusa também a administração da Atlânticoline, entretanto remodelada, de não ter vontade de resolver o conflito laboral com os trabalhadores, adiantando que, se a greve tivesse ocorrido no verão (altura de maior movimento de passageiros), o problema já estaria resolvido.
“Atualmente estamos aqui porque é inverno porque, se fosse verão, com as outras viagens para a Terceira, para a Graciosa e para São Jorge, ou seja, o horário sazonal, claro que a empresa não mantinha esta situação”, insistiu.
A
Atlânticoline, que assegura o transporte marítimo de passageiros e
viaturas, durante todo o ano, entre as ilhas do Triângulo (Faial, Pico e
São Jorge), movimenta anualmente mais de meio milhão de pessoas.