Trabalhadores a recibos verdes vão descontar menos para a Segurança Social
13 de dez. de 2017, 08:43
— Lusa/AO Online
Este acordo prevê
uma diminuição de 29,6% para 21,4% da taxa contributiva, compensada por
um aumento das contribuições das entidades empregadoras e dos
trabalhadores com maiores rendimentos, segundo o jornal de Negócios, o
Público e a rádio TSFDe
acordo com a TSF, que cita uma fonte do Governo, o “novo regime entra
em vigor de forma faseada ao longo do próximo ano. As empresas vão
descontar as novas taxas já em janeiro, enquanto os trabalhadores só as
vão sentir, na prática, em 2019, altura em que vão declarar os
rendimentos do último trimestre de 2018”.A
mesma fonte do executivo explica à TSF que a “redução das taxas
contributivas aplicáveis aos trabalhadores deverá abranger 250 mil a 270
mil pessoas”.“Até
aqui, as empresas pagavam uma taxa de 5%, mas apenas nos casos em que
os rendimentos dos trabalhadores dependiam em pelo menos 80% dessa
entidade, e as restantes estavam isentas”, segundo a rádio.Com
o novo regime, as empresas cujos trabalhadores a recibos verdes têm
rendimentos que dela dependem até 50% continuam isentas e as que
empregam pessoas cujos ganhos representam de 50 a 80% do rendimento
passam a pagar uma taxa de 7% (no regime atual estão isentas).As
empresas que empregam pessoas cujos rendimentos dela dependem em mais
de 80% passam a entregar contribuições de 10% (um aumento para o dobro
face aos 5% do regime em vigor).No entanto, os trabalhadores que acumulam trabalho por conta de outrem e trabalho independente vão pagar mais. Deste
grupo, os trabalhadores cujos recibos verdes acrescentam um rendimento
mensal de pelo menos 2.407 euros (que estavam isentos), passam a pagar
uma taxa de 21% sobre o excedente desses 2.407 euros.Em
declarações à TSF, o deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro, disse
que a alteração é vantajosa para estes trabalhadores pois "vão estar
também vinculados ao sistema, passando a fazer um desconto, o que para
eles é positivo, porque estão com isso também a reforçar a sua reforma."“O
rendimento que conta para as contribuições dos trabalhadores também
fica mais próximo do real: em vez de 70% do trabalho independente do ano
anterior, passa a contar 70% do rendimento médio dos últimos três
meses”, adianta a TSF.No acordo entre Governo e o Bloco de Esquerda há também melhorias nos subsídios de desemprego e de doença.“A
proteção no desemprego passa a aplicar-se a trabalhadores que acumulem
duas condições que são modificadas: tem de existir descontos de 360 dias
nos últimos dois anos (o regime atual obriga a 720 dias em 4 anos), e o
trabalhador tem de ter tido um empregador que represente pelo menos
metade do rendimento (este limite era de 80%)”, refere a TSF.No que diz respeito ao subsídio de doença, este vai passar a ser pago ao fim de 10 dias em vez de 31. Os
trabalhadores a recibos verdes passam também a ter direito ao subsídio
por assistência a filhos e netos, ao qual não tinham acesso.Já
os trabalhadores que têm dívidas à previdência e viam a suas prestações
canceladas, vai continuar a recebe-las desde que assine um acordo para o
pagamento em prestações.