Trabalhadores a funcionar a 100% mas só oito horas
Motoristas
13 de ago. de 2019, 10:04
— Lusa/AO Online
“Estão 100%
dos trabalhadores a trabalhar”, afirmou o porta-voz do Sindicato dos
Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, em
Aveiras de Cima, Lisboa, à porta da sede da CLC - Companhia Logística de
Combustíveis.O Governo decretou na
segunda-feira uma requisição civil dos motoristas em greve para
assegurar o abastecimento da Rede de Emergência, aeroportos, postos
servidos pela refinaria de Sines e unidades autónomas de gás natural.A decisão foi tomada em Conselho de Ministros, realizado à tarde, depois de os serviços mínimos terem deixado de ser cumpridos.“Neste
momento, o que se passa é uma greve de zelo e o Governo é conivente”,
referiu Pardal Henriques hoje, explicando que os motoristas não irão
fazer horas extraordinárias, estando a cumprir as oito horas
regulamentares de trabalho.“Isto quer
dizer que fazem cerca de metade das horas normais”, portanto “é normal
que os serviços mínimos representem metade do serviço normal”, adiantou.Ainda assim, Pardal Henriques considera que, “aos poucos, os postos de abastecimento vão ficar vazios”.Apesar
de “esta manhã estar tudo a correr com normalidade”, os militares da
GNR continuam a escoltar os camiões-cisterna que saem dos vários locais
para abastecer os postos, disse à Lusa uma fonte daquela instituição.Na
segunda-feira, a associação das empresas ANTRAM elogiou a decisão do
Governo, considerando-a “socialmente responsável”, segundo afirmou o
porta-voz André Matias de Almeida."O comportamento que o Governo teve agora é socialmente responsável", afirmou.Segundo
adiantou o representante da ANTRAM nas negociações com os sindicatos,
na segunda-feira à tarde alguns motoristas "simplesmente desapareceram" e
não cumpriram os serviços mínimosOs
motoristas cumprem hoje o segundo dia de uma greve marcada por tempo
indeterminado e com o objetivo de reivindicar junto da ANTRAM o
cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão
salarial.A greve foi convocada pelo SNMMP e
pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM),
tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de
Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).