Todas as saídas foram a pedido dos próprios ministros
15 de out. de 2018, 14:45
— Lusa/AO Online
"Foram
todos a pedido dos próprios, como consta do decreto do senhor
Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa, declarou António
Costa, depois de interrogado se, tirando o caso do pedido demissão de
Azeredo Lopes, que foi público na sexta-feira, também os restantes
ministros lhe tinham solicitado a sua exoneração.O
líder do executivo falava aos jornalistas no Palácio de Belém, após a
cerimónia de posse dos novos ministros: João Gomes Cravinho (Defesa),
Pedro Siza Vieira (Economia), Graça Fonseca (Cultura) e Marta Temido
(Saúde).António
Costa referia-se à nota que foi divulgada no portal da Presidência da
República na Internet, na qual se lê que: "o Presidente da República
aceitou hoje [domingo] as propostas do primeiro-ministro de exoneração
dos atuais ministros da Cultura, da Saúde e da Economia, a seu pedido, e
dos ministros Adjunto e do Ambiente".Após
a cerimónia de posse, o primeiro-ministro foi também confrontado pelos
jornalistas com o caráter inédito de quatro novos ministros assumirem
funções em pastas cujo orçamento foi preparado pelos seus antecessores
no cargo.O primeiro-ministro, porém, afastou qualquer problema no funcionamento do Governo resultante do processo de transição de pastas."As
propostas de Orçamento não são dos ministérios, os orçamentos não são
dos ministros, os orçamentos são do Governo. O Governo é como um todo e,
por isso, concluída a aprovação [pelo executivo] da proposta de lei,
todos se encontram em condições de dar execução, uma vez ele seja
aprovado pela Assembleia da República", alegou.Questionado
se as mudanças que agora são operadas no setor da energia, que transita
da Economia para o Ministério do Ambiente, são favoráveis aos
interesses de empresas como a EDP, António Costa contrapôs que as
mudanças "fazem seguramente a vontade a todos aqueles que têm
consciência de que as alterações climáticas são uma ameaça real"."As
alterações climáticas constituem mesmo o maior desafio que se coloca
atualmente para o ambiente. Isso significa que a política de energia tem
de estar orientada pelo objetivo fundamental de se assegurar a
descarbonização da economia e a transição energética. Por isso, a
energia está onde deve estar, ou seja, no Ministério do Ambiente",
acrescentou.