Todas as pessoas internadas devem ser avaliadas quanto ao risco de queda
9 de dez. de 2019, 13:11
— Lusa/AO Online
A norma “Prevenção e intervenção na
queda do adulto em cuidados hospitalares”, publicada no ‘site’ da DGS, é
dirigida aos profissionais de saúde e unidade prestadoras de cuidados
do sistema de saúde. O documento define
quando e como deve ser realizada “a avaliação do risco de queda a todas
as pessoas em internamento hospitalar, incluindo os centros de
reabilitação, integrada em registo eletrónico dos sistemas de
informação”, e as “precauções básicas” que as unidades de saúde devem
adotar. Segundo a DGS, o doente deve ser
avaliado quando é admitido no hospital, devendo ser feita uma
reavaliação sempre que ocorra uma alteração do estado clínico, no
momento de transferência intra ou inter-hospitalar ou quando ocorre uma
queda. A pessoa ou o representante legal
devem ser informados e esclarecidos acerca da avaliação do risco de
queda, medidas de prevenção e intervenção e do plano de cuidados,
recomenda a norma. “Nas pessoas com alto
risco de queda deve ser efetuada uma avaliação clínica multifatorial
complementar registada no processo clínico”, incluindo a história de
quedas (número, causas, circunstâncias e consequências)”, sublinha.
A norma recomenda às unidades de internamento que tomem “precauções
básicas” como iluminação adequada, remoção de obstáculos no percurso de
marcha, piso limpo e seco, intervenção imediata em caso de derramamento
de líquido no pavimento, manter equipamentos e dispositivos médicos fora
da área de circulação, sistema de chamada acessível, cadeiras, camas e
outros equipamentos travados e portas de entrada e saída dos serviços
com sistemas de controlo. A DGS lembra
que “as quedas estão na origem de uma significativa morbilidade ou
mortalidade, sendo uma das principais causas de internamento
hospitalar”. Em Portugal, de acordo com
os dados do sistema nacional de notificação de incidentes, 21% do total
de incidentes notificados relacionam-se com quedas.
Os últimos dados de 2017 e 2018, divulgados pela DGS, apontam para uma
estabilização do número de quedas dos doentes nos hospitais, com uma
média anual de oito mil casos notificados. Em 2016 os dados rondavam os
nove mil. Em todo o mundo, as quedas são a
segunda principal causa de mortes acidentais ou não intencionais, sendo
os maiores de 65 anos os que sofrem o maior número de quedas fatais.
A nível mundial, em pessoas com mais de 65 anos, a taxa “de queda”
anual situa-se entre os 28 a 35%, elevando-se para 32 a 42% em pessoas
com mais de 70 anos.