“Tino de Rans” formaliza RIR com o objetivo de ir a votos

5 de fev. de 2019, 17:37 — Lusa/AO Online

Além das “cerca de 11 mil assinaturas”, Vitorino Silva (conhecido como “Tino de Rans”) entregou no Tribunal Constitucional (TC) os estatutos e a declaração de princípios exigidas por lei para formalizar a constituição de um novo partido.Aos jornalistas, o antigo candidato às presidenciais e antigo presidente da Junta de Freguesia de Rans, disse que não utilizou a Internet para reunir as assinaturas e que todas foram recolhidas a “calcar terreno, a romper solas, por uma questão de princípio”, dado que “o mínimo que um político pode fazer é ir à rua”.“Foram 11 mil, mas se fossem precisas 15 mil, se fossem precisas mais… não foi difícil”, afirmou, acrescentando que “as pessoas chamavam e às vezes faziam fila para assinar pelo RIR”.Questionado se o partido se identifica com a direita ou com a esquerda, Vitorino Silva defendeu que o RIR “é um partido 360 graus, porque o próprio nome diz incluir”.Vitorino Silva classificou o RIR como “um partido próximo das pessoas”, de “gente livre e daquela gente que tem confiança no protesto” e uma força política que nasceu do resultado eleitoral alcançado em 2016, nas presidenciais. Quando concorreu à Presidência da República, “Tino de Rans” conseguiu 152.094 votos (3,28%), o que lhe valeu o sexto lugar na eleição ganha por Marcelo Rebelo de Sousa.Na declaração de princípios, o RIR assume-se como "humanista, pacifista, ambientalista, europeísta e universal, com o grande propósito de aproximar eleitores e eleitos, através de uma real e efetiva aproximação dos políticos aos cidadãos, devolvendo à política a sua missão de serviço público em defesa do bem comum e defesa da democracia".Num ano em que se disputam três eleições – europeias, regionais na Madeira e legislativas – este é “um partido para ir a votos”, sublinhou.Apontando que “os votos chegam para todos, embora haja gente" preocupada com isso, Vitorino Silva registou que o RIR “é um partido igual a todos os outros” e, por isso, “no dia das eleições o quadradinho vai ser do mesmo tamanho”.Sobre os objetivos eleitorais, o antigo candidato apontou que tem de “respeitar os tempos do Tribunal Constitucional” e salientou que, “neste momento, é um passo de cada vez”.Na opinião de Tino de Rans, as pessoas “estão fartas de verem os políticos distantes, andarem de vidros fumados”, considerando que “quem deu esse grande exemplo que é possível um político descer ao povo, abrir os vidros”, foi o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.Por isso, salientou, “é preciso mais Marcelos neste país”.Vitorino Silva aproveitou ainda para lembrar uma efeméride que lhe é especial.“Faz hoje 20 anos que eu dei o abraço ao Guterres” no congresso do PS, recordou, considerando que “às tantas foi coincidência” a ida ao TC neste dia.Sobre as últimas duas décadas, Vitorino Silva disse ter percebido que “as pessoas são as mesmas”. Por isso, salientou, “na política é preciso mudar” e “reciclar e os partidos também têm de dar o exemplo”.