TikTok garante investimento forte para manter menores de 13 anos fora da plataforma
5 de abr. de 2023, 20:23
— Lusa
Numa
declaração enviada à Lusa na sequência das notícias sobre a existência
de dois processos em Portugal, movidos pela organização
não-governamental Ius Omnibus, que pedem a condenação da rede social por
práticas ilegais e indemnizações que podem ascender a 1,12 mil milhões
de euros, o TikTok descartou comentários sobre “litígios pendentes”,
apesar de reiterar o seu compromisso com a privacidade dos dados dos
utilizadores.“O que podemos assegurar é
que proteger a nossa comunidade, e os seus dados, é da maior importância
para nós. Investimos fortemente para manter os menores de 13 anos de
idade fora da plataforma e temos mais de 40 mil profissionais que
trabalham na área de segurança, dedicados a manter a nossa comunidade do
TikTok segura”, pode ler-se na nota da aplicação pertencente ao grupo
chinês ByteDance. Segundo a plataforma, o
trabalho ao nível da segurança “é constante” no sentido de encontrar
“soluções inovadoras para melhorar ainda mais tanto a segurança dos
utilizadores como a sua privacidade”.As
ações judiciais hoje conhecidas, que foram distribuídas na terça-feira
no Juízo Central Cível de Lisboa, visam os utilizadores com menos de 13
anos, para os quais a associação de defesa dos direitos dos consumidores
reclama uma indemnização global até 450 milhões de euros, mas também os
utilizadores do TikTok com idade superior a 13 anos, cuja ação
contempla o pagamento a favor desses utilizadores no total de 670
milhões de euros.Em causa na ação
destinada aos menores de 13 anos está a demonstração de que esta
plataforma não aplica os mecanismos necessários para impedir o registo e
a utilização por parte das crianças sem autorização dos pais ou
representantes legais. Já para a ação que visa os utilizadores com mais
de 13 anos são invocadas “práticas comerciais enganosas” e “políticas de
privacidade opacas”.A Ius Omnibus estima
um total de 3,5 milhões de utilizadores da rede social só em Portugal.
Para assegurar o direito à indemnização, a organização não-governamental
referiu que os utilizadores terão de se registar numa plataforma que
deverá ficar disponível online a partir de hoje. “O
caso do TikTok coloca problemas muito complicados de proteção de
crianças, adolescentes e adultos em geral”, afirmou, em declarações à
Lusa, a secretária-geral da associação, Daniela Antão, que acrescentou:
“Não podemos deixar de atuar perante um conjunto de práticas ilegais,
desleais e de consequências extremamente gravosas que entendemos que as
condutas do TikTok estão a causar aos utilizadores em Portugal”.