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Tigre que nasceu no Zoológico da Maia é já o 'ex-líbris' da casa
O Jardim Zoológico da Maia conta com um novo 'ex-líbris', um tigre que nasceu há cerca de dois meses naquele espaço e que, rejeitado pela mãe, tem sido alimentado e acarinhado pelos funcionários.

Autor: Lusa/AO online

O tigre fêmea, que em breve poderá ser observado pelos visitantes, nasceu na madrugada de 17 de novembro, com 900 gramas, sendo o único de três crias a sobreviver.

O zoo recebeu em setembro do ano passado dois tigres fêmeas excedentes de um circo e desde logo havia a suspeita de que uma dos exemplares estaria prenha.

Segundo o veterinário Nuno Alvura, o tigre foi rejeitado pela mãe, que "não amamentou", logo às primeiras horas de vida, o que fez com que, desde então, tenha que ser alimentado a biberão.

Além de darem o biberão, o que no primeiro mês de vida do felino acontecia de duas em duas horas, há “uma série de outros procedimentos” que os funcionários têm feito para o criar, como estimular a zona anogenital para que o animal defeque e urine, à semelhança do que as progenitoras fazem às crias.

Nuno Alvura e outros funcionários do zoo chegaram a levar o tigre várias noites para casa, para que a alimentação fosse assegurada a tempo e horas, porque a cria estava “frágil” e tinha “um problema com o metabolismo das gorduras”.

“Tinha colesterol, os triglicéridos elevados e alterações hepáticas”, disse Nuno Alvura, acrescentando que o tigre é ainda monitorizado mas está bem, depois de feita uma “alteração na dieta”.

Hoje, com quase oito quilos, o tigre já é considerado o 'ex-líbris' do zoo e, porventura, passará a mascote daquele espaço, admitiu o diretor do zoo, Carlos Teixeira.

O zoo pensou em Asha (esperança), Indira (pura beleza), Kali (deusa) ou Besar (grandiosa) como hipóteses de nome para o tigre e vai, através de uma votação online disponível em breve, deixar que seja a população a escolher o seu nome.

O felino bebé continuará, porém, longe dos outros dois tigres do zoo, porque “é muito pequenina e ainda está a mamar”, o que deverá prolongar-se até completar pelo menos os seis meses.

O felino, que já só vai aparecendo aos visitantes em dias de sol, só "quando tiver um ano” é que poderá ocupar o espaço dos outros tigres, porque, disse o veterinário, o processo tem que ser gradual até que “as outras fêmeas a tolerem”.

O presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, congratula-se com a dedicação do zoo ao “ex-líbris do zoo”, “que muito fez para que este tigre estivesse vivo”.

Depois de anos conturbados, por falta de condições e licenciamento, este jardim zoológico é agora um “dos mais visitados em Portugal” e é um espaço onde “vale a pena continuar a investir”, disse o autarca.

“Este zoo é muito conhecido, leva o nome da Maia a tudo o que é lugar. Mais de um milhão de pessoas visita o zoo por ano. E é pena que não tenhamos um governo regional para apoiar este zoo”, sublinhou o autarca.

Bragança Fernandes lembrou o esforço financeiro desenvolvido no último ano pela autarquia para que obtivesse o licenciamento, designadamente através da aquisição de terrenos que permitiram aumentar o seu espaço para o dobro.

Desde o verão que o zoo da Maia tem novos ‘habitats’ para felinos, zebras, leões-marinhos e répteis, bem como dispõe de um espaço para quarentena.

O diretor do zoo e presidente da Junta de Freguesia da Maia, Carlos Teixeira, adiantou à Lusa que em breve chegarão novos felinos àquela casa, em especial um lince e um jaguar, no âmbito da sua participação num programa de preservação animal.

“Também teremos dois leões-marinhos para juntar ao que já existe”, que é considerado um ”artista” por saber separar o lixo para reciclagem.