Thierry Henry é o ‘capitão’ de plataforma contra abusos nas redes sociais
Web Summit
2 de nov. de 2021, 12:33
— Lusa/AO Online
“Estes não são
problemas de minorias, é um problema de todos. Não é só racismo, há
discurso de ódio e ‘bullying’ em relação a muitas outras questões. E
precisamos de ajuda das pessoas que estão nos mais altos cargos.
Precisamos de estar juntos, unidos como uma família”, afirmou o agora
treinador-adjunto da seleção belga de futebol.Henry,
de 44 anos, abandonou as redes sociais na Internet em março último, na
sequência de uma vaga de insultos racistas a futebolistas ingleses,
prometendo voltar assim que as plataformas começassem a responsabilizar
os utilizadores.“Acho que não fizeram nada
do que é preciso para nos sentirmos seguros. Não estão a fazer o
suficiente para mudar algo. Eu, pessoalmente, estou bem, mas queremos
criar um impacto na vida das pessoas, num ambiente que está doente, mas
que pode ser um lugar seguro”, explicou o ex-avançado, na conferência de
imprensa que se seguiu à sua presença no palco principal da Altice
Arena.Após a comunicação, intitulada
“Tackling online bullying”, Henry justificou a associação à plataforma
GOL [Game of Our Lives], como o passo seguinte ao boicote.“Eu
pensei o que podia fazer para ajudar. Eu não estava a ser abusado, mas
queria ajudar quem estava a ser ou quem pode vir a ser”, referiu Henry,
reiterando a necessidade de as plataformas serem criteriosas na
aceitação e identificação de utilizadores.Além
disso, o antigo futebolista apontou como um passo para a solução o
bloqueio de mensagens ou imagens de ódio, à semelhança do que acontece
na publicação de vídeos ou músicas com direitos de autor, “até para
cumprirem as leis existentes”.Henry foi
apresentado como ‘capitão’ do projeto apoiado por uma marca desportiva,
que pretende envolver 50 clubes, 500 embaixadores e ‘influencers’ e 30
milhões de utilizadores.A Web Summit
decorre entre até quinta-feira em Lisboa, em modo presencial, depois de a
última edição ter sido ‘online’ e a organização espera cerca de 40 mil
participantes, segundo revelou, em setembro, Paddy Cosgrave, presidente
executivo da cimeira.