Tetraplégico em protesto na AR desmobilizou e vai reunir-se 3.ª feira com o Governo
3 de dez. de 2018, 13:20
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, Eduardo Jorge explicou que foi visitado ao
final do dia de domingo pelo Presidente da República (PR), Marcelo
Rebelo de Sousa, e pela secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com
Deficiência, Ana Sofia Antunes, a quem explicou os motivos do protesto e
pediu alterações na legislação para que os problemas detetados fossem
resolvidos."O
Presidente apareceu e disse que estava ali para me ouvir e eu expliquei
que tinha também convidado a secretária de Estado da Inclusão das
Pessoas com Deficiência (...). Entretanto, ela chegou, dirigiram-se a
mim e eu expliquei aquilo que eram as minhas maiores preocupações, que é
a demora da implementação deste projeto de vida independente e o facto
de não haver a transição que sempre propusemos para que nós, pessoas
institucionalizadas, pudéssemos da melhor maneira optar pela vida
independente", explicou à Lusa Eduardo Jorge.Eduardo
Jorge diz que desmobilizou "graças ao PR", que, com a secretária de
Estado presente, disse que era preciso "conversar e [ver] se não se
poderia alterar o decreto-lei ou fazer uma adenda". "Aí, então,
marcou-se esta reunião", sublinhou.Apontou
ainda a dificuldade que têm as pessoas na sua condição, que estão em
lares/ERPI (Estrutura Residencial para Idosos), em poder optar por
continuar lá, mas, ao contrario do que a lei define, não terem
assistência 24 horas/dia no exterior."Se
eu à noite sair do trabalho, ou da instituição, em posso querer ir para
minha casa, ou até, por exemplo, durante um periodo de férias, mas o
lar não nos dá esse apoio fora", explicou, apontando igualmente as
verbas disponibilizadas para este tipo de apoios."Estou
inscrito num Centro de Apoio à Vida Independente [CAVI] no distrito de
santarém e a grande preocupação é: se houve 1,4 milhões para cada CAVI,
uma vez que eles têm outras valências - lares, apoio domiciliário,
centros de apoio ocupacional - e têm vários utentes, vão querer
disponibilizar a resposta ao maior número possível de utentes (...) e as
verbas não vão chegar", afirmou.Para
Eduardo Jorge, todos os que estão em condições idênticas à sua, que por
lei teriam direito a até 24h/dia de apoio, não o vão poder ter porque
as verbas serão insuficientes."Conheço
pelo menos quatro CAVI na minha zona que se candidataram a apoio
24h/dia e o dinheiro não vai chegar e, claro, vão ter de optar por um ou
dois", lamentou.