Tese de mestrado sustenta que Tremor tem promovido "nova cultura musical" nos Açores
22 de mar. de 2018, 15:57
— Lusa/AO online
"Um
Tremor de Sons em São Miguel - Estudo de caso alargado acerca do
Festival Tremor e seus impactos na Ilha de São Miguel" é o nome da tese
da autoria de André Sousa, micaelense de 25 anos, que apresentou o
trabalho na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, obtendo uma
classificação final de 17 valores.À
agência Lusa, o jovem sustenta que o Tremor, cuja quinta edição
arrancou na terça-feira, "tem sido um ponto de partida para uma abertura
de novas culturas, artes e músicas nos Açores". No
trabalho, que na semana passada foi apresentado no fórum sobre música
Talkfest, em Lisboa, André Sousa conclui que o festival Tremor "tem tido
um papel importante na indústria musical, em São Miguel e nos Açores,
principalmente por ter dado a oportunidade para artistas locais, novos
ou não, poderem ter um palco para demonstrarem o seu trabalho".O
Tremor, prossegue a tese, que André Sousa partilhou com a Lusa, "tem
desenvolvido relações comunitárias na cidade de Ponta Delgada, seja com
entidades públicas, ou privadas, de forma a permitir o desenvolvimento
da economia local, e o crescimento do número de projetos políticos a
apoiar a cultura, e a juventude".Nos
campos a melhorar, é destacado o facto de "ainda haver dificuldade de
investimento em projetos culturais, uma coisa que o Tremor também tenta
combater", e a "falta de estrutura para a cena musical alternativa e
para projetos locais, visto que há uma falta de promotores locais para
esses artistas".Questionado
sobre futuros trabalhos no futuro, André Sousa respondeu: "Estou a
trabalhar numa série de investigações dentro da área da cultura e da
música, relacionadas com o Tremor e com o hip-hop, nos Açores. Espero
que, daqui a algum tempo, a nível profissional, me consiga fixar como
produtor e organizador de eventos, bem como manter uma ligação ao mundo
académico".O
festival Tremor, na ilha açoriana de São Miguel, arrancou na terça-feira
e, até sábado, levará ao centro do Atlântico concertos, exposições e
residências artísticas.Nomes
internacionais como Boogarins, Mdou Moctar, Mykki Blanco, Mdou Moctar
ou The Mauskovic Dance Band, e figuras da música nacional como Três
Tristes Tigres (que tocaram no dia inaugural), Ermo, Dead Combo ou The
Parkinsons são alguns dos artistas que se deslocam aos Açores por estes
dias para atuações no Tremor, uma coprodução da Lovers & Lollypops,
Yuzin e António Pedro Lopes.Os
palcos do Tremor espalham-se por vários locais na ilha de São Miguel,
nomeadamente na Galeria Fonseca Macedo, auditório Luís de Camões, Teatro
Micaelense, Arco 8, Coliseu Micaelense e Arquipélago - Centro de Artes
Contemporâneas. Até sexta-feira, o festival acontece em toda a ilha e, no sábado, as atuações concentram-se em Ponta Delgada.