Teólogos conservadores acusam papa de espalhar a heresia
24 de set. de 2017, 11:33
— Lusa / AO online
Numa
carta de 25 páginas entregue ao papa Francisco no mês passado e
entregue no sábado à Associated Press, os 62 signatários emitiram uma
"correção filial" ao papa - uma medida que disseram não ser usada desde
o século XIV. A carta acusa Francisco de propagar sete posições
hereges em relação ao casamento, moral e sacramentos com o seu
documento de 2016 intitulado "A Alegria do Amor" e subsequentes "atos,
palavras e omissões". A iniciativa segue outro pedido
formalizado por quatro cardeais conservadores que escreveram no ano
passado a Francisco a pedirem-lhe para clarificar uma série de "dúvidas"
sobre o seu texto de 2016. A posição do líder da Igreja Católica
motivou cinco perguntas desses quatro cardeais conservadores, que
pediram ao papa esclarecimentos em relação ao conteúdo da exortação
apostólica 'Amoris Laetitia' (Alegria do Amor), que encoraja os padres a
ajudar os casais católicos divorciados e que voltaram a casar a decidir
se devem, ou não, receber o sacramento da comunhão. O papa Francisco não respondeu a nenhuma destas iniciativas, segundo a Associated Press. Em
dezembro, Francisco reiterou que a decisão de dar a comunhão aos
divorciados que voltaram a casar tem o apoio da maioria dos bispos do
mundo. Outra novidade foi a autorização a todos os sacerdotes
para manterem definitivamente a capacidade de absolverem as mulheres que
fizeram um aborto, disposição que devia vigorar apenas durante o ano
jubilar da misericórdia, que terminou em novembro do ano passado. O
líder da igreja católica também admitiu a possibilidade de ordenação de
homens casados, que poderiam trabalhar em regiões remotas onde faltam
padres, situação que afeta, por exemplo, o Brasil, um grande país
católico e com uma escassez aguda de sacerdotes. Francisco
insistiu na necessidade de atribuir postos-chave a mulheres e leigos, no
âmbito da reforma do Governo da Igreja Católica, além de ter anunciado a
intenção de criar uma comissão para estudar a possibilidade de as
mulheres acederem ao diaconado, podendo substituir os padres em alguns
sacramentos, como o batismo.