Autor: Lusa/AO Online
Os golpistas, agrupados num "conselho nacional para a democracia e o desenvolvimento" (CNDD), pediram hoje ao final da manhã aos "membros do governo e a todos os oficiais generais para se dirigirem" ao principal aquartelamento do país, em Conacri, "para se garantir a sua segurança".
Eles controlavam aquele quartel estratégico, com tropas de elite e situado perto do aeroporto internacional. Nenhuma violência foi assinalada no país desde a morte do presidente e a tentativa do golpe de Estado.
"O CNDD convida a pacífica população de Conacri e do interior do país a ficar em casa e evitar qualquer acto de vandalismo e de pilhagem. Os agrupamentos estão proibidos", adiantaram os golpistas numa série de comunicados lidos na rádio.
Antes, o capitão Moussa Dadis Camara tinha lido um primeiro comunicado: "a partir de hoje, a Constituição está suspensa, assim como qualquer actividade política e sindical".
"O governo e as instituições estão dissolvidos", adiantou, anunciando que um "conselho consultivo (...) composto de civis e militares" irá ser criado.
O presidente Conté, 74 anos, chegou ao poder em 1984 através de um golpe de Estado militar pouco depois da morte do "pai da independência" Ahmed Sekou Touré. Este apoiou-se sempre nas forças armadas para se manter no poder, mas recentemente apareceram divisões entre os oficiais e a tropa.
O capitão Camara, que até ao momento era chefe da divisão de combustível, leu um comunicado de teor social, referindo o "desespero profundo da população" e acusando os governantes de serem responsáveis pelo mesmo.
"Os desvios de bens públicos, a corrupção generalizada, a impunidade como método de governo, a anarquia no aparelho de Estado acabaram por fazer cair o nosso país numa situação económica catastrófica, particularmente dramática para a grande maioria dos guineenses", disse.
"Os membros do actual governo são em grande parte responsáveis por esta crise social e económica sem precedentes, do mesmo modo as instituições republicanas salientaram-se pela sua incapacidade de se envolverem na resolução da crise", acusou.
Na noite de segunda-feira para hoje, o presidente da Assembleia Nacional, Aboubacar Somparé, anunciou na televisão do Estado a morte de Lansana Conté e pediu ao presidente do Supremo Tribunal para fazer aplicar a Constituição.
A gestão corrente do país deverá caber assim temporariamente ao presidente da Assembleia Nacional, encarregado de organizar eleições presidenciais em 60 dias.
Na televisão, o chefe do governo também lançou um apelo à população, pedindo "calma" e "retenção", ao lado do chefe do estado-maior das forças armadas, o general Diarra Camara.
A União Africana deu conta da sua preocupação: "apelamos a todas as forças políticas da Guiné e outras instituições do Estado, nomeadamente as forças armadas, a assegurarem uma transição constitucional, pacífica e consensual, no respeito pela ordem democrática", declarou o comissário para a Paz e Segurança, Ramtane Lamamra, à agência noticiosa francesa AFP.
Eles controlavam aquele quartel estratégico, com tropas de elite e situado perto do aeroporto internacional. Nenhuma violência foi assinalada no país desde a morte do presidente e a tentativa do golpe de Estado.
"O CNDD convida a pacífica população de Conacri e do interior do país a ficar em casa e evitar qualquer acto de vandalismo e de pilhagem. Os agrupamentos estão proibidos", adiantaram os golpistas numa série de comunicados lidos na rádio.
Antes, o capitão Moussa Dadis Camara tinha lido um primeiro comunicado: "a partir de hoje, a Constituição está suspensa, assim como qualquer actividade política e sindical".
"O governo e as instituições estão dissolvidos", adiantou, anunciando que um "conselho consultivo (...) composto de civis e militares" irá ser criado.
O presidente Conté, 74 anos, chegou ao poder em 1984 através de um golpe de Estado militar pouco depois da morte do "pai da independência" Ahmed Sekou Touré. Este apoiou-se sempre nas forças armadas para se manter no poder, mas recentemente apareceram divisões entre os oficiais e a tropa.
O capitão Camara, que até ao momento era chefe da divisão de combustível, leu um comunicado de teor social, referindo o "desespero profundo da população" e acusando os governantes de serem responsáveis pelo mesmo.
"Os desvios de bens públicos, a corrupção generalizada, a impunidade como método de governo, a anarquia no aparelho de Estado acabaram por fazer cair o nosso país numa situação económica catastrófica, particularmente dramática para a grande maioria dos guineenses", disse.
"Os membros do actual governo são em grande parte responsáveis por esta crise social e económica sem precedentes, do mesmo modo as instituições republicanas salientaram-se pela sua incapacidade de se envolverem na resolução da crise", acusou.
Na noite de segunda-feira para hoje, o presidente da Assembleia Nacional, Aboubacar Somparé, anunciou na televisão do Estado a morte de Lansana Conté e pediu ao presidente do Supremo Tribunal para fazer aplicar a Constituição.
A gestão corrente do país deverá caber assim temporariamente ao presidente da Assembleia Nacional, encarregado de organizar eleições presidenciais em 60 dias.
Na televisão, o chefe do governo também lançou um apelo à população, pedindo "calma" e "retenção", ao lado do chefe do estado-maior das forças armadas, o general Diarra Camara.
A União Africana deu conta da sua preocupação: "apelamos a todas as forças políticas da Guiné e outras instituições do Estado, nomeadamente as forças armadas, a assegurarem uma transição constitucional, pacífica e consensual, no respeito pela ordem democrática", declarou o comissário para a Paz e Segurança, Ramtane Lamamra, à agência noticiosa francesa AFP.