Tenistas lusos passam por dificuldades devido a fumo dos incêndios
Open da Austrália
15 de jan. de 2020, 12:24
— Lusa/AO Online
"Ontem
[terça-feira] não foi um dia fácil para jogar. O meu encontro decorreu
entre as 12:30 horas e as 15:00 horas e fiquei com a sensação de ter
sentido mais calor. O ar estava mais difícil de respirar, quase como se
não entrasse todo quando inspirava fundo", começou por contar Frederico
Silva à agência Lusa.O jogador das Caldas
da Rainha, de 24 anos, eliminou na primeira ronda o sul-coreano Ji Sung
Nam, número 241 do ‘ranking' ATP, por 2-6, 6-4 e 6-4, mas admite ter
vivido uma situação insólita, na sequência do fumo dos incêndios
florestais que já vitimaram 27 pessoas, embora "não tenha sido
necessário interromper o encontro."Consumada
a continuidade em prova, após ter sentido "alguma dificuldade em
recuperar entre os pontos, também pelo corpo não estar habituado a
temperaturas tão altas", Silva diz acreditar que a primeira ronda não
foi adiada na sequência de uma "decisão ponderada da organização", mas
admite não compreender a opção."Se a
qualidade do ar estava perigosa para a população em Melbourne, também
estaria para quem ia praticar desporto de alta competição ao ar livre.
Dentro dos possíveis, consegui lidar bem com a situação e vencer, o que
acabou por ser o mais importante para mim no dia de ontem
[terça-feira]", sublinhou.À semelhança de
Frederico Silva, 198.º colocado na hierarquia mundial, Pedro Sousa
também assinalou a sua estreia em Melbourne num dia em que, relata,
"havia muito fumo no complexo desportivo e o ar estava muito pesado.""Estava
mais calor do que nos dias anteriores e ficávamos cansados mais
rapidamente, mas não sei bem se pelo fumo, se pelo calor. Ainda assim,
não interferiu no resultado e não foi por isso que perdi", frisou o
lisboeta, número 139 do ‘ranking' mundial, após a derrota diante o
australiano Blake Mott, por 6-3 e 6-4.Pedro
Sousa não deixa, contudo, de condenar a decisão de manter a jornada
inaugural de qualificação para o quadro principal do Open da Austrália e
de mostrar até alguma preocupação. "As
notícias e a Câmara de Melbourne aconselhavam as pessoas a não saírem à
rua, não passearem animais e fecharem as janelas. E, com tanta margem
que o ‘qualifying' tem, ‘obrigaram-nos' a jogar ontem [terça-feira),
quando claramente não parecia haver condições. Não sabemos até que ponto
isto é prejudicial à saúde, não só no imediato, como no futuro",
lembrou.Nesta quarta-feira, segundo
Frederico Silva, as condições melhoraram. "Hoje está melhor. A ‘mancha'
de fumo deslocou-se para outra zona da Austrália", finalizou o português
que vai defrontar o sérvio Pedja Krstin (240.º ATP) na segunda ronda do
‘qualifying'.