Televisão da Guiné-Bissau está sem emitir há dois meses e equipamentos estão obsoletos

2 de out. de 2010, 14:03 — Lusa / AO online

“O problema da TGB é um problema de equipamentos. Os equipamentos que estão cá são equipamentos que foram instalados em 1988, já passaram 22 anos. Portanto, estamos com um problema estrutural”, afirmou à agência Lusa Eusébio Nunes, diretor geral da televisão pública guineense. Há mais de dois meses que a televisão não emite, os equipamentos não funcionam, mas o maior problema é que também já não são produzidos no mercado e não há forma de os mandar reparar. “Os equipamentos estão completamente descontinuados, já deram o que tinham a dar, e chegou-se a um momento em que não podemos fazer mais nada”, lamenta Eusébio Nunes. Segundo o diretor geral da televisão, a única solução é substituir um equipamento por um outro formato. É que, acrescenta, nem os conteúdos fornecidos pelos parceiros de cooperação podem passar naquela televisão porque estão em formato digital e a TGB ainda funciona em formato analógico. Os funcionários da televisão vão quase todos os dias às instalações da TGB, mas começam a desistir por frustração, porque não há forma de trabalhar. Segundo Eusébio Nunes, os profissionais são muito bons e “gostariam de fazer muito mais pelo seu país”, mas sem meios começam a ficar frustrados e com pouca esperança numa solução para breve. “O Governo não tem dinheiro. O país está com muitos problemas e há outras prioridades sociais”, diz Eusébio Nunes. O diretor geral sublinha, contudo, que a televisão é a primeira imagem do país. Para o fim fica o apelo para todas as televisões portuguesas, públicas ou privadas, que queiram ajudar a televisão da Guiné-Bissau. Segundo Eusébio Nunes, neste momento qualquer ajuda é bem vinda e os guineenses agradecem.