Autor: Lusa / AO online
“As negociações entraram numa fase muito difícil e os negociadores iranianos insistem nos direitos do nosso país. Não estamos prontos para aceitar um acordo que ameace os direitos e os interesses do Irão”, declarou Zarif.
“Vamo-nos opor a qualquer pedido excessivo”, disse.
“O enriquecimento de urânio deve fazer parte de qualquer acordo (…) Asseguramos À população que o enriquecimento nunca parará”, adiantou Zarif.
O enriquecimento de urânio pelo Irão está no centro das inquietações dos países ocidentais e de Israel, que temem que o urânico enriquecido a 20% seja utilizado para obter urânio a 90% para uma utilização militar, apesar dos desmentidos de Teerão.
O Irão afirma que este urânio se destina ao reator de investigação e médico de Teerão e insiste no direito a enriquecer no seu território.
Zarif também adiantou que ainda era “demasiado cedo para avaliar” os resultados das negociações, depois de terem chegado hoje a Genebra os ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo 5+1 (Rstados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) para utilizarem todo o peso na última linha dos debates.
“A presença (dos ministros) demonstra que se chegou a um estado onde a presença dos ministros é necessária (…) e que as negociações são sérias. Espero que façam prova de boa vontade”, adiantou.
Por outro lado, o chefe dos negociadores iranianos, Abbas Araghchi, escreveu na conta do Twitter que esperava que estes ministros dos Negócios Estrangeiros estivessem “prontos a tomar decisões difíceis”, classificando as negociações de “muito difíceis”.
Os diplomatas do grupo 5+1 estão a negociar desde quarta-feira um acordo para limitar o controverso programa nuclear iraniano em troca de uma suavização das sanções.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, também sublinhou hoje que as negociações “continuam difíceis”.
Entretanto, o presidente iraniano, Hassan Rohani, também declarou hoje que Teerão “queria solucionar a questão nuclear no quadro das regras internacionais”.
“Não há dúvida nenhuma que o Irão não procura nem procurará obter armas de destruição em massa”, adiantou Rohani, entes de se encontrar com o primeiro-ministro-adjunto, Dmitry Rogozin, encarregado pelos assuntos de Defesa e Espaciais, que está a efetuar uma visita surpresa a Teerão.