Teerão nega que avião tenha sido atingido por míssil
10 de jan. de 2020, 11:44
— Lusa/AO Online
“Uma coisa é
certa, esse avião não foi atingido por um míssil”, disse o presidente da
Autoridade da Aviação Civil do Irão, Ali Abedzadeh, numa conferência de
imprensa na capital iraniana. Por outro
lado, o governo da República Islâmica urgiu os Estados Unidos e o Canadá
a partilharem informação sobre a queda do aparelho das linhas aéreas
ucranianas que provocou a morte de 176 ocupantes, na maioria passageiros
iranianos e canadianos. Líderes
ocidentais afirmaram na quinta-feira que o avião pode ter sido atingido
de forma inadvertida por um míssil terra-ar poucas horas depois do
bombardeamento iraniano contra bases militares no Iraque. Entretanto,
o chefe dos investigadores iranianos afirmou que Teerão admite recorrer
a especialistas da Rússia, Ucrânia, França e Canadá caso “não seja
possível recuperar as informações” registadas pelo aparelho que se
despenhou. De acordo com Hassan Rezaeifar,
responsável pela investigação, a recuperação das caixas negras do avião
pode tardar um mês e o processo de análise pode prolongar-se durante um
ano. O mesmo responsável disse em Teerão
que o voo das linhas aéreas ucranianas descolou com uma hora de atraso,
na quarta-feira, porque o piloto decidiu retirar parte das bagagens
porque o aparelho se encontrava demasiado carregado. Por sua vez, o presidente da Ucrânia não afasta a possibilidade de o avião ter sido atingido por um míssil após a descolagem.“A
teoria sobre o míssil não está afastada, mas ainda não foi confirmada
“, disse Volodymyr Zelenskiy através de uma mensagem que publicou na
plataforma digital Facebook. O chefe de
Estado da Ucrânia apelou também a “todos os parceiros internacionais”,
em particular aos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, a partilharem
informação que pode ser relevante para a investigação.Zelenskiy acrescentou que vai discutir o assunto hoje com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.