Técnicos de emergência pré-hospitalar em greve às horas extra a partir de dia 30 de outubro
21 de out. de 2024, 12:07
— Lusa/AO Online
Segundo
explicou à Lusa o presidente do Sindicato Técnicos de Emergência
Pré-Hospitalar (STEPH), que convoca a paralisação, está igualmente
agendada para dia 30 de outubro, a partir das 10h00, uma manifestação
destes profissionais frente à Assembleia da República.“Esperamos
que [a greve] tenha um impacto bastante significativo na
disponibilidade dos meios, mas também no preenchimento dos postos de
atendimento nos CODU [Centros de Orientação de Doentes Urgentes]” do
INEM, disse Rui Lázaro, acrescentando: “será de esperar não só um atraso
do envio das ambulâncias, mas também no atendimento das chamadas”.No
pré-aviso de greve a que a Lusa teve acesso, o STEPH informa que, uma
vez que a greve abrange apenas as horas extraordinárias, não considera
haver lugar a serviços mínimos, pois “todo o trabalho urgente e
emergente, em horário normal de trabalho, continuará a ser garantido em
todos os turnos”.No documento, o STEPH
chama a atenção para a necessidade de rever a carreira, considerada
pouco atrativa, que obriga os operacionais a “permanecerem estagnados
numa categoria sem valorização”.Rui Lázaro
lembra que o sindicato evitou “chegar a este ponto” durante o período
do Verão, mas sublinha que a falta de resposta da tutela às
reivindicações deste profissionais não lhes deixa outra alternativa.“Volvidos
seis meses da tomada de posse do novo Governo e definido como
prioritário pela própria ministra da Saúde, na Assembleia da República,
quando apelidou o nosso salário de miserável, esperar tanto tempo sem
adotar qualquer medida não surte efeito”, considerou o responsável.Rui
Lázaro acrescentou ainda que “assim não se combate a elevada taxa de
abandono e coloca-se em causa o próprio procedimento concursal que está a
decorrer, que corre o risco de chegar ao fim e os candidatos não
assinarem contrato se não forem revistas estas condições”.No
pré-aviso de greve, o STEPH lembra que o país precisa de uma “resposta
ampla” para todo o sistema integrado de emergência médica, que reduza as
assimetria entre o interior e as grandes cidades, e considera que a
revisão da carreira especial de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar
(TEPH) “é a resposta mais segura, eficiente e eficaz”.Além
da carreira, o STEPH quer que seja igualmente revisto o índice
remuneratório, que considera “demasiado baixo”, e pede igualmente a
alteração do sistema de avaliação em vigor no INEM, que diz promover “a
injustiça e a desmotivação dos trabalhadores”.O
sindicato lembra que na reunião com a secretária de Estado apresentou
“o débil estado em que se encontra a emergência médica e o INEM e as
propostas para os problemas emergentes” não tendo obtido resposta
positiva da tutela.“Pelo contrário,
obtivemos uma resposta do gabinete da senhora ministra, já durante o mês
de outubro, a dizer que não previa nenhuma valorização para o ano 2024,
que, eventualmente [será] em 2025”, disse o responsável, concluindo:
“Perante esta resposta, não nos resta outra alternativa senão encetar
ações reivindicativas de forma a sensibilizar (…) quer o poder político,
mas também os cidadãos, para a emergência do estado degradante em que a
emergência médica se encontra em Portugal”.O concurso para TEPH que está a decorrer termina no final do ano, após o qual haverá seis meses de formação. Segundo
Rui Lázaro, pela informação recolhida, “há vários candidatos que, se
até ao final do procedimento concursal e so período experimental que se
segue não for revista a carreira de técnico hospitalar, se o salário não
se não for valorizado dignamente, muitos não vão assinar contrato”.“Vão permanecer nos atuais postos de trabalho, melhor remunerados e mais atrativos”, acrescentou.