Técnicos de diagnóstico alertam para “grande descontentamento”
Covid-19
8 de fev. de 2021, 12:33
— Lusa/AO Online
“O que vamos começar a fazer
são ações simbólicas, para demonstrar este descontentamento junto da
população, instituições onde trabalhamos e Governo”, afirmou à agência
Lusa o presidente do STSS, Luís Dupont, exemplificando com vigílias.Segundo
Luís Dupont, a atribuição de uma compensação aos trabalhadores do
Serviço Nacional de Saúde (SNS) envolvidos no combate à pandemia, o
plano de vacinação e o diploma relativo aos mecanismos excecionais de
gestão dos profissionais de saúde para a realização de atividade
assistencial foram “as últimas circunstâncias que desencadearam um maior
descontentamento”.De acordo com uma nota
de imprensa do STSS, o diploma, de 02 de fevereiro, “volta, de uma forma
sistemática, mas inexplicável, a omitir a identificação clara e
inequívoca dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica”.Citado
na nota, Luís Dupont referiu tratar-se de uma “ofensa, sem qualquer
racionalidade e justificação, porque também são profissionais de saúde,
que contactam diariamente com pessoas suspeitas ou com doença covid-19,
realizando muitas horas extraordinárias nos diversos serviços, muito
para além do enquadramento legal e em muitas situações até sem qualquer
reconhecimento público por parte do Governo e das instituições onde
trabalham, sendo sistematicamente esquecidos”.Quanto
à atribuição da compensação, o sindicato pediu a todas as entidades “o
número de trabalhadores das áreas de diagnóstico e terapêutica
abrangidos pelo prémio”, mas, “até à presente data, só um número
reduzido respondeu, sendo nestes notória a ausência de transparência na
atribuição desta compensação, com estes profissionais a ficarem
totalmente excluídos na grande maioria das instituições ou a ser
atribuído a um número muito reduzido, numa completa arbitrariedade e sem
nenhuma clareza”.Já no que respeita ao
plano de vacinação, o STSS disse ter recebido queixas de associados de
“não estarem a ser incluídos na primeira fase de vacinação, nas
instituições do SNS, apesar de, na sua atividade diária, desempenharem
atos em que têm contacto direto com pessoas suspeitas ou infetadas pelo
SARS-CoV-2”. “Consideramos de enorme
gravidade o que está a acontecer, porque é incompreensível que não se
vacinem todos os profissionais de saúde, incluindo os dos setores
privado e social, muito menos é aceitável que as instituições não
divulguem quais os critérios que estão a ser utilizados para estabelecer
as prioridades de vacinação dos Profissionais”, sustentou Luís Dupont.Na
nota, na qual apontaram também para as “consequências graves da revisão
da carreira”, o STSS adiantou ter pedido uma audiência ao
primeiro-ministro, para “chamar a atenção para alguns dos problemas e
questões graves que atingem estes profissionais de saúde e que estão a
causar grande indignação e revolta junto de toda uma classe
profissional”.“A manter-se este rumo, sem
intervenção de António Costa, não restará outro caminho senão o regresso
a formas de luta, que só ainda não ocorreram porque não deixamos de
pensar todos os dias na defesa do SNS e dos cidadãos que necessitam dos
nossos serviços e competências” avisa Luís Dupont.À
Lusa, o dirigente sindical assegurou que não “estão ainda a falar em
greve, porque neste momento a resposta que o SNS deve dar aos
portugueses é mais importante”.Os técnicos de diagnóstico e terapêutica são cerca de 10.500 no SNS, de acordo com o sindicato.