TAP diz não ter indicação de que piratas tenham tido acesso a dados de pagamento
20 de set. de 2022, 08:52
— Lusa/AO Online
Questionada pela Lusa a
propósito da informação divulgda pelo Expresso de que o grupo que
atacou a companhia aérea em agosto publicou dados de 1,5 milhões de
clientes e diz continuar a ter acesso remoto a sistemas da TAP, a
companhia sublinha que tem estado em todo o processo a trabalhar com o
Centro Nacional de Cibersegurança, a Polícia Judiciária e a Microsoft."Em
agosto de 2022, os sistemas internos de cibersegurança da TAP Air
Portugal (TAP) detetaram o acesso não autorizado a alguns sistemas
informáticos. A TAP está preparada para este cenário e mobilizou de
imediato uma equipa de especialistas internos e externos de TI e de
peritos forenses para investigar em detalhe o sucedido e prevenir danos
adicionais", explica a companhia aérea. A
transportadora diz ainda que "graças aos sistemas de cibersegurança e à
rápida atuação da equipa interna de TI [tecnologias de informação], a
intrusão foi contida numa fase inicial, antes de provocar danos nos
processos operacionais"."As operações da
TAP estão a decorrer com normalidade", garante a companhia, reconhecendo
que, "infelizmente, alguns dados foram roubados pelos hackers e estão a
ser divulgados publicamente" e que os dados afetados podem incluir
nomes, informações de contacto, informações demográficas e número de
passageiro frequente.A TAP diz ainda que a
informação afetada relativamente a cada cliente "pode variar", mas
sublinha que, "até ao momento, não há indicação de que informações
sensíveis, em particular dados de pagamento, tenham sido exfiltradas". "Esta
intrusão visava causar danos à TAP e aos seus clientes. A segurança dos
nossos clientes e parceiros comerciais e dos seus dados é a nossa maior
prioridade. Continuaremos, por isso, a tomar todas as medidas
necessárias para cuidar dos seus dados", adianta.Segundo
o Expresso, o grupo de cibercriminosos Ragnar Locker "cumpriu a ameaça
que vinha fazendo e publicou esta segunda-feira 581 gigabytes (GB) de
dados que diz serem relativos a 1,5 milhões de clientes da TAP".Numa
mensagem publicada na Dark Web - refere o jornal -, os Ragnar Locker
"garantem ainda que continuam a ter acesso aos sistemas informáticos da
TAP".Além das tabelas com moradas, números
de telefone e nomes de clientes, o Expresso, que teve acesso aos
ficheiros, escreve que a fuga de dados "apresenta documentos de
identificação de pessoas que aparentam ser profissionais ou parceiros da
TAP, bem como acordos confidenciais com várias empresas e relações com
outras companhias de aviação".Num email
enviado aos clientes na semana passada, a TAP alertou os clientes
afetados pelo ataque informático, cujos dados foram publicados, de que
esta divulgação “pode aumentar o risco do seu uso ilegítimo”, pedindo
atenção a comunicações suspeitas.No email,
a transportadora recordou que o ciberataque foi "prontamente comunicado
às diversas autoridades competentes", reiterando que “foram
desencadeadas as medidas e procedimentos apropriados de cibersegurança
para este tipo de eventos com o apoio de uma empresa internacional
especializada e líder da indústria” e que “as medidas adotadas
permitiram garantir a integridade dos dados e a operacionalidade, em
segurança, de todos os sistemas" da companhia.“Lamentamos
muito que dados pessoais seus tenham sido incluídos nesta divulgação e
por qualquer inconveniente que isso lhe possa causar”, disse a TAP,
reafirmando ainda o seu “compromisso” com a proteção dos dados pessoais e
adiantando que estão “a ser desenvolvidas medidas de reforço da
segurança” dos dados.