TAP deve apresentar plano estratégico "com celeridade"
16 de jun. de 2020, 15:18
— Lusa/AO Online
"O Estado preparou a notificação [à Comissão
Europeia] em tempo recorde, em cerca de três semanas. Compete agora à
empresa apresentar o seu plano estratégico com celeridade", disse o
governante, que estava a ser ouvido, juntamente com a restante equipa
governativa das Finanças, pela Comissão de Orçamento e Finanças do
parlamento, no âmbito do Orçamento do Estado Suplementar.Miguel
Cruz assinalou que o plano estratégico deve ser feito "numa perspetiva
mais detalhada sobre o setor, para que este próximo verão será
necessariamente importante", para obter "alguma informação adicional e
alguma perspetiva sobre como as coisas podem evoluir"."O
valor do auxílio de Estado à TAP está alinhado, e em muitos casos está
abaixo, do que foi praticado por outros governos e por outras companhias
aéreas", acrescentou, precisando o montante base em 946 milhões de
euros, que podem ascender a 1.200 milhões "tendo em conta a incerteza
que está associada a um conjunto de variáveis, particularmente a algumas
de natureza operacional".O governante
disse que "para a concessão de um auxílio de Estado é necessária a
concretização de um plano de financiamento, aprovado e assinado com o
Estado", que tem "condições associadas ao acompanhamento e escrutínio
detalhado da implementação do auxílio, com base num plano de liquidez
que foi cuidadosamente estruturado" para os próximos seis meses, data
limite para a TAP fazer um plano de reestruturação ou devolver o
montante recebido pelo Estado. O plano de
liquidez "é baseado nas projeções financeiras da empresa, que foram
devidamente escrutinadas", adiantanto o secretário de Estado que o
contrato de financiamento "tem também questões de natureza acionista e
de natureza societária", mas sem detalhar pormenores. A
Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência
português” à companhia aérea TAP, um apoio estatal de 1.200 milhões de
euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com
condições predeterminadas para o seu reembolso.Porém,
uma vez que a TAP já estava numa débil situação financeira antes da
pandemia de covid-19, a empresa “não é elegível” para receber uma ajuda
estatal ao abrigo das regras mais flexíveis de Bruxelas devido ao surto,
que são destinadas a “empresas que de outra forma seriam viáveis”.